Subgerente do Millennium BCP suspeito de defraudar banco em centenas de milhares de euros

Funcionário bancário de 43 anos abria contas em nome de terceiros através das quais solicitava empréstimos que depressa deixavam de ser pagos. Tudo se passou numa agência do concelho de Cascais.

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bruno lisita
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O subgerente de uma agência bancária do Millennium BCP do concelho de Cascais foi detido por suspeitas de ter defraudado a instituição bancária em centenas de milhares de euros.

Desde 2019 que o funcionário de 43 anos vendia informações de natureza bancária a elementos de uma rede criminosa transnacional que se dedicava ao branqueamento de capitais, descreve a Polícia Judiciária em comunicado. “O modus operandi dessa rede assentava na constituição de empresas de fachada, na Bélgica e em Portugal, com recurso aos comummente designados testas-de-ferro e à subsequente abertura de contas bancárias.”

Ligadas sobretudo à área da construção civil, estas firmas não desenvolviam qualquer actividade real, sendo exclusivamente utilizadas para a emissão de facturação falsa, que sustentaria transferências bancárias que totalizaram mais 20 milhões de euros. Lavagem de dinheiro e fuga ao pagamento de impostos na Bélgica eram os principais objectivos deste esquema.

Além disso, o subgerente abria contas bancárias no Millennium BCP para cidadãos estrangeiros não residentes, com a utilização de documentação falsa, através das quais solicitava créditos bancários. E se alguns dos titulares eram seus cúmplices, outros ignoravam simplesmente a abertura das contas em seu nome.

“Os referidos créditos apenas eram pagos nos primeiros meses, sendo o remanescente dividido entre o detido e outros elementos desta rede criminosa”, explica, no mesmo comunicado, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. Variando entre os cinco mil e os 40 mil euros, estes empréstimos totalizarão várias centenas de milhares de euros, montantes em que o banco foi defraudado.

O funcionário bancário é o quinto arguido deste processo dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Cascais, e que deu origem à operação policial Laranja e Laranja II. Ligados às empresas fictícias de construção civil, os restantes suspeitos são de nacionalidade brasileira. Todos incorrem também no delito de associação criminosa. Ao bancário foram aplicadas as medidas de coacção de suspensão do exercício de profissão e de proibição de contactos com os restantes suspeitos, tendo sido libertado.

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