Larry Nassar, médico condenado por abusar de ginastas olímpicas, esfaqueado na prisão
Antigo médico foi condenado a prisão perpétua por ter abusado de centenas de atletas. “A morte seria uma saída fácil para Nassar”, diz uma das vítimas sobre o ataque.
Larry Nassar, antigo médico das selecções de ginástica dos Estados Unidos e condenado a prisão perpétua por abusos sexuais contra centenas de atletas menores, foi esfaqueado na prisão. A Associated Press (AP) escreve que o ataque ocorreu durante um desentendimento com outro recluso.
Nassar foi atingido no pescoço, no peito e nas costas, tendo sofrido um colapso pulmonar. Apesar dos ferimentos, o estado de saúde foi estabilizado e o antigo médico não corre perigo de vida. A AP aponta a falta de funcionários como uma lacuna neste estabelecimento prisional, avançando que os guardas prisionais de serviço no momento do desentendimento estavam a fazer horas extraordinárias obrigatórias.
Sarah Klein, uma das vítimas abusadas sexualmente por Nassar, diz que o surgimento de novas notícias sobre o médico a força a reviver os abusos. “Quero que ele enfrente a pena de prisão severa que recebeu devido às vozes das sobreviventes. Não apoio violência porque é moralmente errado e a morte seria uma saída fácil para Nassar”, afirmou Klein num email citado pela AP. Também Rachael Denhollander, a primeira mulher a acusar publicamente Nassar, negou que o ataque lhe traga qualquer tipo de felicidade.
O antigo responsável de 59 anos – e cuja saída da prisão está prevista para 2068, depois de uma pena de 104 anos de prisão – foi médico da equipa de ginástica dos Estados Unidos durante 18 anos, além de prestar serviços na Universidade do Michigan. Também nesta instituição de ensino dezenas de adolescentes foram abusadas, com a Universidade a desembolsar 500 milhões de dólares (aproximadamente 454 milhões de euros) de indemnização às vítimas.
Com diversas condenações em casos de abuso de menores, Larry Nassar foi ainda condenado a 60 anos de prisão por posse de pornografia infantil. O computador do médico tinha mais de 37.000 imagens e vídeos que mostravam abuso sexual de crianças.
Apesar das denúncias contra o responsável, o FBI demorou a arrancar com a investigação que culminaria na condenação de Nassar. Por esse facto, em 2022, várias ginastas olímpicas reclamaram ao FBI mais de mil milhões de euros de compensação pelo facto de não ter detido o médico.
Em Dezembro de 2021, várias ginastas chegaram a um acordo global de 345 milhões de euros com a federação e o comité olímpico dos Estados Unidos. Com Lusa