Sindicatos acordam aumento salarial de 4,5% com nove bancos

Entre os bancos envolvidos está o Banco Santander, o BPI, e o Novo Banco. Caixa e BCP estão fora do acordo, mas o banco público fez actualização próxima de 5%.

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Negociações sobre aumentos salariais na banca continuam a vários ritmos Reuters/KAI PFAFFENBACH
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Os principais sindicatos do sector bancário conseguiram garantir um aumento salarial de 4,5% para 2023, uma percentagem que fica substancialmente acima dos 2,5% inicialmente propostos pelo Grupo Negociador das Instituições de Crédito (GNIC), que integra o Banco Santander, o BPI, o Novo Banco, o Haitong, o BBVA, o Banco do Brasil, o Credibom, o Bankinter e o Abanca. A proposta alcançada abrange todas as tabelas e cláusulas de expressão pecuniária (outros subsídios), bem como os bancários no activo e na reforma.

O acordo alcançado foi anunciado nesta segunda-feira pelo Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), mas também já tinha sido avançado na semana passada por três outras estruturas sindicais: o MAIS, o SBC e o SBN.

O aumento agora conseguido, que é retroactivo a 1 de Janeiro deste ano, está significativamente abaixo das propostas iniciais dos sindicatos, que era de 6,25% no caso do SNQTB, e de 8,5% no caso dos três sindicatos filiados na UGT.

Os valores inicialmente pedidos pelos sindicatos foram justificados pelos elevados lucros atingidos pelas entidades bancárias nos últimos exercícios, particularmente em 2022, e o elevado valor da taxa de inflação. Relativamente a este último argumento, o valor tem descido de forma significativa, tirando alguma força à reivindicação de aumentos mais elevados.

Antes mesmo do acordo final, pelo menos o Santander, o BPI e o Novo Banco (do grupo GNIC) já tinham começado a pagar aumentos salariais de 4%.

BCP mantém-se nos 3%

Fora do GNIC estão várias instituições bancárias, desde logo a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BCP, mas também a Caixa Agrícola e o Montepio. E neste universo, há instituições que já chegaram a acordo com os sindicatos e outras que ainda não fecharam o processo negocial.

A CGD finalizou as negociações com o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo (STEC), o mais representativo dos trabalhadores, em Março, garantindo um aumento de 76 euros para todos os níveis, o que corresponde a cerca de 4,5%, e um aumento de 5% na generalidade de outras cláusulas de expressão pecuniária.

Em 2022, o banco liderado por Paulo Macedo registou lucros no montante de 843 milhões de euros.

O Millennium BCP ainda não chegou a acordo com os sindicatos, mas já comunicou aos trabalhadores um aumento 3%, para além de outras actualizações, como o aumento em 9,5% do subsídio de almoço e da remuneração mínima mensal, com efeitos a Março, para 1100 euros, o que representa um acréscimo de 10% face ao valor anterior.

A informação foi comunicada pela instituição aos trabalhadores, onde garantia que “a decisão agora tomada relativamente à actualização salarial não colide com, nem condiciona, o processo negocial com os sindicatos subscritores dos ACT [acordo colectivo de trabalho] do Grupo BCP, mantendo-se o banco empenhado em fechar esse acordo com a brevidade possível”.

No exercício de 2022, o Millennium BCP teve lucros de 207,5 milhões de euros, mais 50% do que os 138,1 milhões de euros de 2021.

No Crédito Agrícola as negociações também permanecem em aberto, mas a instituição já decidiu processar uma actualização salarial de 4%, e um aumento do subsídio de refeição para 11 euros.

E os principais sindicatos também ainda não conseguiram chegar a acordo no Banco Montepio, tendo a instituição começado por propor um aumento em 2,5% e avançado posteriormente para um aumento unilateral de 3%.

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