Sindicato dos Médicos emite pré-avisos para greve nacional em Julho e a horas extra em Agosto

Sindicato Independente dos Médicos avança com as greves já anunciadas no fim de Junho e reivindica salários “sérios e dignos” ao Governo.

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Protesto de médicos em Julho de 2022 LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) emitiu na sexta-feira os pré-avisos para as greves já anunciadas: uma paralisação nacional entre os dias 25 a 27 de Julho; e às horas extraordinárias nos nos centros de saúde entre 24 de Julho e 22 de Agosto, bem como às horas extraordinárias nos hospitais no mesmo período. Os médicos protestam, entre outras razões, por uma grelha salarial "séria e digna".

De acordo com o SIM, as greves irão afectar apenas "doentes menos urgentes", como explica num comunicado à imprensa este sábado, e acontecem de forma a pressionar o Governo para dar "uma resposta efectiva ao caderno reivindicativo sindical".

Após ter terminado o prazo inicialmente previsto para as negociações no final de Junho, o SIM anunciou no fim de Junho a greve nacional em protesto contra "a incapacidade" do Governo em "apresentar uma grelha salarial condigna".

As paralisações visam o encerramento das negociações para que seja feita uma proposta, pelos ministérios das Finanças e da Saúde, de uma grelha salarial "que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública".

O sindicato refere ainda que o Governo assinou um protocolo negocial há um ano em que se comprometeu a criar condições de fixação de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). E "persiste em não apresentar uma grelha salarial séria e digna tendo entregue apenas dois documentos".

"Não há qualquer aumento de 30% como foi propagandeado para todos os médicos. A proposta prevê um aumento de 1,6%", justifica aquela organização sindical, que aponta ainda "o desinvestimento no SNS e na carreira médica", que se traduz "em números objectivos: 1,7 milhões de portugueses sem médico de família, encerramento de urgências, equipas de serviço de urgência abaixo dos mínimos e longas listas de espera para cirurgias e consultas".

O sindicato diz não ter tido alternativa que não a greve, que tentou evitar "até à última hora". "Investir no sector de saúde, incluindo numa remuneração justa para os médicos, não apenas é moralmente correcto, como é um investimento crucial no futuro do país", sublinha o SIM.

"Reafirmamos, mais uma vez, que está nas mãos do Governo evitar o fracasso negocial e estas greves e fazemos fortíssimo apelo ao Governo para que concretize as propostas", remata o sindicato.

Na última semana, também a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) realizou dois dias de greves nacionais, que conseguiu uma adesão na ordem dos 90% a nível nacional, de acordo com o balanço feito pela própria organização. À semelhança das reivindicações do SIM, também a Fnam exige "salários dignos, horários justos e condições de trabalho capazes de garantir um Serviço Nacional de Saúde à altura das necessidades" da população.

A última reunião negocial com o Ministério da Saúde está agendada para 11 de Julho.

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