Pogacar atacou e reduziu diferença para Vingegaard no Tour

O ciclista esloveno reduziu em oito segundos o seu atraso para o líder da classificação geral.

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Pogacar ao ataque na etapa deste domingo, com Vingegaard na perseguição EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

A vitória na etapa do dia foi para o canadiano Michael Woods (Israel-Premier Tech), que chegou isolado ao alto do Puy de Dôme, mas foi mais um episódio do duelo entre Tadej Pogacar (UAE) e Jonas Vingegaard (Jumbo) — o mesmo é dizer entre segundo e primeiro da classificação geral, respectivamente — que marcou a nona tirada da Volta à França em bicicleta.

No alto do Puy de Dôme, no final dos 182,4 quilómetros desde Saint-Léonard-de-Noblat, o canadiano de 36 anos estreou-se a vencer uma etapa do Tour ao cortar a meta isolado, à frente de dois dos seus companheiros na fuga do dia, o francês Pierre Latour (TotalEnergies), segundo, a 28 segundos, e o esloveno Matej Mohoric (Bahrain Victorious), terceiro, a 35s.

E foi já depois de Woods ter cortado a meta e ultrapassado o esforçado Matteo Jorgenson — que chegou isolado ao início da subida final, mas ficaria fora do pódio — que, mais atrás, o esloveno Tadej Pogacar resolveu atacar Jonas Vingegaard. E bastaram alguns sinais de fragilidade do dinamarquês para Pogacar acreditar que poderia anular a desvantagem que tinha para o camisola amarela.

Só que Vingegaard resistiu. Cedeu algum tempo, sim, mas nos 500 metros finais da derradeira escalada conseguiu não perder o seu mais directo adversário de vista e limitou os estragos a oito segundos.

No final da tirada, Pogacar confessou a sua satisfação. “Não é uma vitória, mas é uma pequena vitória. Estou superfeliz hoje, foi um dia muito bom, bastante relaxado até à última subida”, declarou o esloveno, após ter cortado a meta.

O bicampeão do Tour (2020 e 2021) revelou que, na ascensão ao vulcão, ponto final da nona etapa, sentiu “imediatamente que as pernas estavam boas”, mas, por precaução, resolveu esperar pelos últimos 1,5 quilómetros para lançar o seu ataque.

“Quando iniciei o ataque, vi a sombra dele [Vingegaard] e podia ver que ele estava a sprintar a fundo atrás de mim, mas, como as minhas pernas estavam boas, acelerei mais, a diferença aumentou e foi continuar até ao topo”, resumiu.

O esloveno de 24 anos confessou que “estava um pouco receoso” da subida ao Puy de Dôme, que não pôde reconhecer por estar a recuperar das fracturas no pulso esquerdo, sofridas numa queda na Liège-Bastogne-Liège e que os seus companheiros de equipa disseram ser “muito difícil, muito inclinada”. “Mas não me pareceu assim tanto”, notou o segundo classificado da geral, agora a 17 segundos do dinamarquês da Jumbo, que, por seu lado, elogiou o rival.

“Ele mereceu recuperar esses oito segundos. No final de contas, estou contente por ter conservado a camisola amarela e de ainda a manter após a primeira semana. Antes do Tour, não acreditava que pensássemos tê-la ao fim de uma semana”, assumiu.

Segundo Vingegaard, ele e Pogacar estão “ambos a um nível muito alto”, mas acrescentou: “As etapas que mais se adequam a mim ainda estão por chegar, será uma luta feroz, mas farei tudo o possível para tentar ganhar em Paris”, prometeu.

Nesta segunda-feira, o pelotão cumpre o primeiro dia de descanso da 110.ª edição da “Grande Boucle”, regressando à estrada terça-feira, na ligação dos 167,2 quilómetros “acidentados” entre Vulcania e Issoire.