Uma nova PJ Harvey, muito antiga, a deambular entre sombras e mistério
I Inside the Old Year Dying, primeiro álbum desde 2016, pertence a um lugar e a um tempo indefinidos. PJ Harvey a voltar-se para dentro, depois da guerra e do conflito dos álbuns anteriores.
Lágrimas de soldados fantasma a caírem de um penhasco sobre o rio, a amante que pede ao amado que abandone a sua deambulação e a siga. Bosques, o chilreio de pássaros e o zumbido de insectos. Sons de crianças a brincar e alguém que pergunta “are you Elvis, are you God?” – “love me tender, tender love”, canta. Guitarras dedilhadas como em folk muito antiga, voz nublada entre sintetizadores sonoplastas e reverberações atmosféricas, um ondular eléctrico blues que não é exactamente blues e não é certamente rock’n’roll. PJ Harvey em I Inside the Old Year Dying, editado hoje, álbum de sombras e mistério. Música de um lugar e de um tempo indefinidos que Polly Jean canta entre o inglês e o secular dialecto do condado em que nasceu, Dorset.
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