Hanane Hajj Ali corre ao encontro de Medeia

No monólogo que leva ao Festival de Almada, de hoje a domingo, a actriz e encenadora libanesa procura Medeias contemporâneas. Jogging é uma luta teatral contra uma “era de mitos e de fatalismo”.

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Hanane Hajj Ali junta em Jogging as narrativas de três mulheres – ela incluída Marwan Tahtah
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Desde os tempos em que estudou encenação na universidade que Hanane Hajj Ali se diz apaixonada pela “primeira anti-heroína por excelência”. Medeia seduzia-a enquanto personagem – como fez e faz com todas as actrizes e todos os encenadores de que a libanesa consegue lembrar-se –, mas Hanane recusava-se a interpretá-la como actriz. Era uma figura complexa, cruel e profética, que a intrigava, em parte, porque não conseguia compreender uma mãe capaz de matar os próprios filhos. Medeia estava para lá daquilo que lhe parecia verosímil e aceitável, e por mais que lesse várias teorias que explicavam “o como e o porquê” de tamanho acto, não conseguia ultrapassar esse bloqueio. A atracção por uma Medeia cheia de contradições era palpável e irresistível, mas o seu lado racional não lhe permitia ultrapassar um gesto que lhe parecia inconcebível, inumano e incoerente.

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