Victoria Amelina, uma morada no céu
Há um crime de guerra que Victoria Amelina já não vai poder documentar: o que cometeram com ela. Vou dedicar os próximos meses a escrever sobre este crime atroz, em cima da propaganda e da mentira.
Até há um par de dias, não fazia a mínima ideia do que era um míssil balístico Iskander. Na realidade, não sei nada de armas, fui declarado refractário ao serviço militar e nunca disparei uma pistola na minha vida. Poderia dizer que sou o cúmulo do pacifista: um cobarde. Mas, como foi um Iskander russo o míssil que matou à minha frente a escritora Victoria Amelina, senti-me na obrigação de averiguar de que tipo de arma se trata. Este brinquedo russo, para começar, custa uns três milhões de dólares, pesa quatro toneladas e meia, pode ser lançado a 500 quilómetros de distância, viaja a velocidades supersónicas (mais de 2000 metros por segundo), e é tal a sua precisão que a sua margem de erro em relação ao alvo não supera os cinco metros, em média. E, sim, esta arma de extrema precisão rebentou a dez metros de nós.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.