Grávida de baixo risco transferida do Santa Maria para maternidade privada

Nos próximos dias é expectável que grávidas de baixo risco que recorram ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, possam ser transferidas para outras instituições.

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Hospital de Santa Maria em Lisboa Rui Gaudencio
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Uma grávida de baixo risco, acompanhada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi transferida na noite de domingo para uma maternidade privada devido a “constrangimentos na escala clínica” da sala de partos.

No domingo, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), ao qual pertence aquele hospital, explicou que esta decisão surge na sequência da “indisponibilidade de prestação de trabalho extraordinário acima das 150 horas anuais assumida por médicos do departamento e da [recente] demissão de chefes de equipa da Urgência de Obstetrícia e Ginecologia”. Por isso, nos próximos dias, a sala de partos do Hospital de Santa Maria funcionará “com adaptações no volume de grávidas em trabalho de parto encaminhadas de outras instituições”, referiu o centro hospitalar em comunicado.

Esta segunda-feira, foi o próprio ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a dar nota de que já começaram a ser transferidas grávidas de baixo risco do Santa Maria para maternidades privadas. O primeiro caso aconteceu precisamente no domingo à noite e o governante assegurou que o processo “correu muito bem”.

“Transferindo para fora do Santa Maria, os casos de grávidas de baixo risco foram atendidos correctamente. A dimensão dos recursos humanos depende da dimensão do serviço que nós estamos em condições de prestar. No caso do Santa Maria, foi só enviada uma senhora grávida para um hospital privado. Correu tudo muito bem, o sistema está organizado e a funcionar com tranquilidade”, disse o ministro da Saúde em declarações aos jornalistas, em Serpa, no Alentejo.

Manuel Pizarro confessa, no entanto, que não está satisfeito. “Eu queria que essa conflitualidade não existisse e que nós não tivéssemos necessidade de recorrer ao serviço de terceiros, mas quero dizer às pessoas para se sentirem tranquilas. As grávidas que procurarem o Santa Maria vão ser adequadamente tratadas no próprio Santa Maria, se a situação clínica o justificar, ou num hospital privado para onde enviaremos as pessoas com todo o acompanhamento, se isso for adequado”, sublinhou o governante.

No comunicado enviado no domingo, o CHULN refere que as equipas do Hospital de Santa Maria continuarão a assegurar os partos de alto risco, mas, “por uma questão de previsibilidade para as famílias acompanhadas no CHULN, foi accionado o mecanismo extraordinário de colaboração com instituições privadas, previsto no plano sazonal de Verão Nascer em Segurança no SNS”.

Os encaminhamentos, programados e temporários, destinam-se apenas a grávidas de baixo risco referenciadas e transportadas pelos meios do CHULN e do INEM, num processo coordenado com a direcção executiva (DE) do SNS e com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes.

A área materno-infantil do CHULN irá beneficiar de amplas obras de requalificação já a partir deste Verão, num investimento total superior a seis milhões de euros, com um prazo de execução de nove meses.

A remodelação em curso prevê a construção de 12 novos quartos de parto, dois blocos operatórios e uma sala de observações, num total de cerca de mil metros quadrados de área nova a ser construída.

Está também prevista a remodelação e ampliação do internamento de puérperas (mulheres consideradas desde o parto até ao seu restabelecimento), a remodelação das instalações para a ecografia obstétrica e a expansão do Serviço de Neonatologia.

Está previsto que enquanto o bloco de partos do Hospital de Santa Maria estiver fechado para obras — nos meses de Agosto e Setembro — os serviços fiquem concentrados no Hospital de S. Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), que, a partir de 1 de Agosto, volta a funcionar de forma ininterrupta sete dias por semana.

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