Música
Pulsar - Companhia do Corpo e a Lita Folk Band evocam juntos a voz do povo ucraniano
De Marco Santos, baterista e compositor português, já tínhamos dado conta do seu trabalho em discos como Evocations, um projecto audiovisual desdobrado em videoclipes onde a música, a dança e o cinema se entrecruzam e que contou com a participação de 25 criadores, entre músicos, artistas visuais e bailarinos. Porém, a par do seu trabalho a solo como criador musical (cujo primeiro disco foi Ode Portrait, de 2013), Marco é também fundador da Pulsar - Companhia do Corpo, e foi com ela que, juntamente como o grupo Lita Folk Band, formado por três cantoras ucranianas, refugiadas devido à invasão russa (Kateryna Sidelnikova, Ivanna Korzh e Sofiya Tsyvinska), gravou o videoclipe que aqui se apresenta.
Denominado Pulsar & Lita, misturam-se nele sons e movimentos dos corpos com vozes por onde passam ecos de “cantares históricos polifónicos sobre amor, destino e humor, nos quais se sente a voz do povo ucraniano”. Com direcção e criação de Marco Santos, assistência de coreografia de Miguel Oliveira e direcção de vídeo de Paulo Pinto, a interpretação está a cargo de Andre Tasso, Cristina Clara, Denys Stetsenko, Gonçalo Pereira, Ivanna Korzh, Kateryna Sidelnikova, Marco Santos, Mariana Camacho, Mariana Frazão, Marília Rangel, Miguel Oliveira, Pedro do Vale, Popo Poliana Tuchia, Rafaela Amodeo, Rui Aires, Sofiya Tsyvinska, Sofia Sequeira e Ulisses Ruedas.
Criada por Marco Santos em Maio de 2022, a Pulsar - Companhia do Corpo junta 20 artistas, bailarinos, músicos, actores, artistas circenses e artistas plásticos “que têm em comum o gosto pela improvisação, a coragem para atravessar a incerteza, a persistência na busca da inovação. O trabalho centra-se na multidisciplinaridade, no diálogo entre Música, Dança e Teatro, através de um único instrumento: o Corpo”. Em conjunto, exploram “os seus movimentos e as suas relações com o espaço”, num trabalho onde “a percussão corporal expressa uma narrativa que compõe uma dramaturgia, podendo assim evocar um campo poético, teatro.”
O seu princípio é este: “Da mesma forma que a voz humana é capaz de reproduzir infinitos timbres, a percussão corporal integra em si todos os ritmos: pode retratar quaisquer culturas e tradições, e espelhar a vida nas suas mais variadas dimensões.” Pulsar & Lita demonstra-o.