Opel Astra adopta mecânica eléctrica com futuro na mira
O familiar compacto alemão já carrega uma bagagem de 12 gerações, mas não está disposto a ficar no passado. A versão 100% eléctrica chega em Novembro e o preço deverá rondar os 45 mil euros.
O Opel Astra chegou à 12.ª geração (a marca contabiliza as gerações do Kadett, do qual apenas não herdou o nome) apostado em manter o interesse de uma fatia de clientes fiéis. Para tal, dotou o compacto familiar de um vasto leque de tecnologias, reinventou o seu design, conferindo-lhe maior expressividade, e construiu um portefólio com mecânicas para todos: a gasolina, a gasóleo, plug-in hybrid (inclusive com a variante espevitada GSe, com 224cv) e, agora, exclusivamente movida a electricidade.
Desta forma, a Opel vai abrindo caminho para o futuro nos países da União Europeia, nos quais será proibido comercializar viaturas novas que produzam emissões de CO2.
O Astra Electric, que chega ao mercado nacional a partir de Novembro e que deverá ser proposto por um preço em torno dos 45 mil euros, não se distingue praticamente em nada dos irmãos com mecânicas térmicas. Pelo menos num primeiro olhar, com a frente dominada pela linguagem Vizor, com uma linha bem vincada sobre o capot em direcção ao nariz do carro que assume forma de seta.
O novo design torna-se ainda mais dominante quando associado à tecnologia IntelliLux, com 168 elementos LED, sendo possível personalizar a viatura com pintura bicolor. No interior, sobressaem as linhas simples e a funcionalidade, com a manutenção de alguns botões físicos, mas também um piscar de olho a quem já não dispensa as ferramentas digitais, com o cockpit Pure Panel, composto por dois ecrãs panorâmicos, de dez polegadas cada. E para quem não queira mesmo tirar os olhos da estrada, há a possibilidade de usufruir de um head-up display de realidade aumentada, que projecta as informações na estrada à nossa frente, e reconhecimento de voz natural.
Ainda no habitáculo, importa referir que o espaço não foi prejudicado pela existência de uma bateria, arrumada na parte inferior da carroçaria. Desta forma, a marca conseguiu manter as cotas de habitabilidade, com o porta-bagagem a apresentar igual volumetria das variantes plug-in: 352 litros, que podem ser esticados até aos 1268 litros com a segunda fila de bancos rebatida.
Aposta na eficiência
O Astra Electric é apresentado como um dos mais eficientes da sua classe. Com 1679 quilos, apenas mais 1kg que o plug-in (o GS PHEV de 180cv), o automóvel faz-se valer das suas linhas limpas para reivindicar um bom coeficiente de arrasto.
Tudo somado, obteve um consumo médio homologado de 14,9 kWh/100km, com a marca a garantir que é possível rolar mantendo o consumo abaixo dos 13 kWh. E, em alguns trajectos curtos nos arredores de Berlim, com alguma auto-estrada, verificámos que não é difícil pôr a média mais em linha com o reclamado pela Opel do que o declarado nos testes WLTP.
Com uma ressalva: não passámos em nenhuma rota sem restrição de velocidade e, por isso, não foi possível atingir a velocidade máxima, que a Opel limitou nos 170 km/h, acima da maioria dos seus concorrentes directos.
A permitir estes desempenhos está um motor eléctrico capaz de 115 kW/156cv de potência, quando em modo Sport. Em modos Normal e Eco, a potência é cortada a favor da eficiência, mas nem por isso o veículo se revela molengão, já que, seja qual for a forma de condução escolhida, o binário máximo de 270 Nm está sempre disponível desde o arranque.
A alimentar o motor há uma bateria de iões de lítio de 54 kWh, anunciada com uma autonomia de 418 quilómetros de acordo com o ciclo WLTP, que admite carregamentos até uma potência de 100 kW, em corrente contínua, o que lhe confere a capacidade de se regenerar até aos 80% em meia hora. No dia-a-dia, o carro vai chegar de série com um carregador de bordo trifásico de 11 kW para utilizar uma wallbox doméstica.
Também entre o equipamento de série há vários sistemas de assistência à condução, como o aviso de colisão frontal com travagem de emergência automática ou a assistência activa na faixa de rodagem. O pacote IntelliDrive 2.0 acrescenta detecção de fadiga do condutor, alerta de tráfego transversal traseiro, cruise control adaptativo e mudança semiautomática de faixa.
De resto, num curto contacto foi possível perceber que a condução é fácil, a posição de condução confortável e os controlos intuitivos o suficiente para que não se ande às aranhas mais do que uns minutos.