O príncipe Harry deveria receber um máximo de apenas 500 libras (580 euros) de indemnização por um caso de recolha ilegal de informação, disseram os advogados que representam um grupo de jornais tablóides britânicos ao Tribunal Superior de Londres, na terça-feira.
Harry, o filho mais novo do rei Carlos, é uma das mais de 100 pessoas que processam a Mirror Group Newspapers (MGN), que edita o Daily Mirror, o Sunday Mirror ou o Sunday People, por alegações de intercepção telefónica e recolha ilegal de informação.
Os seus advogados alegam que a actividade ilegal foi “generalizada” nos três jornais MGN entre 1991 e 2011.
O quinto na linha de sucessão ao trono passou um dia e meio no banco das testemunhas no início deste mês, sendo interrogado sobre as alegações de que tinha sido ilegalmente visado por títulos da MGN durante 15 anos, desde 1996, quando era criança.
O seu contra-interrogatório, em que se tornou o primeiro membro da realeza britânica a comparecer no banco das testemunhas em mais de 130 anos, começou com um pedido de desculpas do advogado da MGN, Andrew Green, por um caso de recolha ilegal de informações.
A MGN admitiu no início do julgamento, em Maio, que numa ocasião um investigador privado tinha sido contratado para recolher ilegalmente provas sobre Harry num clube nocturno de Londres em 2004, pelo que pediu “desculpas sem reservas”.
No entanto, a editora argumentou, em documentos judiciais divulgados nesta terça-feira, que Harry “não conseguiu identificar qualquer prova de intercepção de mensagens de voz contra ele, nem qualquer outra prova de recolha ilegal de informações sobre a sua vida privada”, para além do único incidente admitido pela editora.
“O Duque de Sussex deveria receber um máximo de 500 libras, uma vez que a única factura que o nomeia diz respeito a investigações numa ocasião isolada e a pequena quantia na factura — 75 libras (87,20€) — sugere que as investigações foram limitadas”, disse Green.