Naufrágios, migrantes e julgamentos
A curiosidade humana pelas histórias não cresce em proporção com a dimensão do sofrimento que elas retratam.
Ao longo dos últimos dias, não faltou quem pusesse lado a lado a atenção despendida com o desaparecimento do submersível Titan e o naufrágio de uma embarcação sobrelotada com migrantes ao largo da costa da Grécia. Para muitos, a desmesurada atenção dada ao submarino turístico seria uma clara demonstração de como a humanidade em geral, e comunicação social em particular, tem os seus valores corrompidos, por não ligar à tragédia de centenas, enquanto se entrega com avidez a seguir o destino de um punhado de homens. Se lhe juntarmos o facto de uns serem desgraçadamente pobres e outros espantosamente ricos, então o pensamento dicotómico tem ainda mais espaço para singrar.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.