Euribor sobem em todos os prazos e a 12 meses já está em 4,1%
Subida do prazo mais longo é particularmente gravosa para as famílias por ser a que está presente em 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável.
As taxas Euribor subiram nesta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses para novos máximos desde Novembro de 2008, um movimento que acontece depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado que o aumento do custo do dinheiro na zona euro ainda não tinha terminado.
A taxa Euribor a 12 meses subiu pela quinta sessão consecutiva para um novo máximo desde Novembro de 2008, ao ser fixada em 4,111%, mais 0,023 pontos do que nesta quarta-feira.
A subida deste prazo é particularmente gravosa para as famílias, uma vez que é o que apresenta o valor mais elevado, e é o que, segundo dados de Março de 2023 do Banco de Portugal, está presente em 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. É também o prazo mais utilizado nos contratos mais recentes e de maior montante.
As recentes subidas do prazo mais longo vão agravar a média de Junho, que é o valor que serve de referência para novos empréstimos ou para as revisões de contratos que venham a ocorrer em Julho. A média mensal da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em Abril para 3,862% em Maio, mais 0,103 pontos.
No prazo de seis meses, que entrou em terreno positivo em 6 de Junho de 2022, e está presente em cerca de 34% dos contratos existentes, a média diária também avançou, ao ser fixada em 3,907%, mais 0,021 pontos e um novo máximo desde Novembro de 2008.
A média mensal da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em Abril para 3,682% em Maio, mais 0,166 pontos.
O prazo mais curto utilizado nos empréstimos à habitação, que está presente em cerca de 23% dos contratos existentes, atingiu 3,6% nesta quinta-feira, mais 0,032 pontos, e também um novo máximo desde Novembro de 2008.
A média mensal da Euribor a três meses subiu de 3,179% em Abril para 3,372% em Maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
As Euribor têm acompanhado a subida das taxas directoras do BCE, que vão no oitavo agravamento, em menos de um ano, colocando os custos de financiamento ao nível mais elevado dos últimos 22 anos.
Com o último aumento das taxas directoras do banco central, a taxa de juro de depósitos, que constitui actualmente a principal referência para os custos de financiamento na zona euro, passou de 3,25% para 3,5%, mais quatro pontos percentuais face ao valor negativo observado em Julho do ano passado, quando o BCE começou a subir as taxas.
A preocupação do BCE é controlar a subida de preços dos bens e serviços, que na média da zona euro estagnaram em Maio, face a Abril, reduzindo a taxa de inflação homóloga (a variação dos preços em Maio deste ano face ao mesmo mês do ano passado) de 7% para 6,1%. Ainda assim, permanece longe do objectivo de médio prazo do BCE, que é de 2%.
As Euribor são fixadas a partir das taxas de juro que um conjunto alargado de bancos está disponível para emprestar dinheiro entre si. Com Lusa