Asteroid City: o pequeno-grande teatro de Wes Anderson
Talvez seja o filme de Wes Anderson que melhor equilibra, desde a obra sobre Steve Zissou, o exibicionismo e o pudor. Belíssimo.
Aí vem Wes, o construtor de mundos, o inventor de realidades paralelas que são como versões intensificadas e saturadas da realidade reconhecível, tudo ao mesmo tempo aqui e agora. Os títulos dos filmes de Wes Anderson têm cada vez maior tendência a designar lugares (Grande Hotel Budapeste, Ilha dos Cães, Asteroid City) do que a apontar personagens humanas (Os Tannenbaums, Life Aquatic with Steve Zissou) ou antropomorfizadas (O Fantástico Senhor Raposo), e isto, seja deliberado ou não, é bastante elucidativo sobre o que lhe interessa: criar décores, pensados ao mais ínfimo detalhe como uma sobreposição ou uma acumulação de variadíssimos sinais culturais, e dos filtros com que eles nos chegaram.
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