Adam conta a sua história, e os Artistas Unidos dão-na a ouvir

A partir da odisseia real do transgénero egípcio Adam Kashmiry, o espectáculo em cena no Teatro da Politécnica questiona as complexas armadilhas da identidade.

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A personagem de Adam desdobra-se no corpo de dois intérpretes: Eduarda Arryaga e Tomás de Almeida JORGE GONÇALVES
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Era uma vez um rapaz que preferia ser uma rapariga, só que no Egipto, o país dele, assumir a sua vontade, dizer a toda a gente “eu sou transgénero” sem imediata e prolongada repressão, é praticamente uma impossibilidade estatística. Fugiu. Rumou à Europa. E aí deu por si no limbo, pois, por um lado, não podia ter acesso aos cuidados médicos e psicológicos que o tornassem quem sente que é sem estatuto de asilado; e, por outro, não podia ter estatuto de asilado até provar ser realmente transgénero. Para descanso das consciências, a coisa resolveu-se e Adam Kashmiry é hoje um artista e activista trans na Escócia, onde encontrou o seu lugar. Adam é a sua história.

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