Artistas Unidos: Arne Lygre e a dúvida persistente

A instalação da estranheza, quer ela nasça do texto ou seja realçada pela contenção do movimento de actrizes e actores, é o sortilégio da encenação de António Simão.

cultura,artistas-unidos,critica,teatro,culturaipsilon,
Fotogaleria
Actrizes Rita Durão e Isabel Muñoz Cardoso jorge gonçalves
cultura,artistas-unidos,critica,teatro,culturaipsilon,
Fotogaleria
O limbo existencial em que a peça de Arne Lygre instala as personagens vive da ambiguidade e da economia do discurso jorge gonçalves

A princípio é (enfim, mais ou menos) como uma peça realista. É certo que o cenário, uma parte importante da encenação de António Simão, na sua imponente geometria, remete para lugar nenhum. Melhor: para um lugar que podem ser muitos, diversos entre si, próximos e distantes no tempo; matéria da vida vivida, mas também da vida desejada, ou ainda da vida que se podia ter vivido, fossem outros os caminhos tomados. Não é de estranhar, por isso, que, em outras alturas do enredo, sempre com a ajuda da cenografia de Rita Lopes Alves, o texto conduza ao que pode ser um sonho, ou a projecção de uma vontade, talvez uma efabulação do desejo, ou a exumação da perda ou, quem sabe, uma renitente assunção da culpa. Ou nada disso…

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.