Submarino desaparece durante visita aos destroços do Titanic

Guarda Costeira dos EUA lançou operação para localizar o submarino e resgatar as cinco pessoas a bordo.

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O Titanic é visita frequente de expedições turísticas de luxo Reuters/Stringer
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Um submarino desapareceu este domingo no Oceano Atlântico, ao largo da América do Norte, durante uma expedição aos destroços do Titanic. A embarcação pertence à empresa OceanGate Expeditions, que organiza viagens turísticas às profundezas do mar. As autoridades já lançaram uma operação para localizar e resgatar as cinco pessoas que se sabe estarem a bordo.

“Estamos a procurar e a mobilizar todas as opções para trazer a tripulação a salvo de forma segura”, refere a empresa em comunicado, citado pela BBC. “Todo o nosso foco está nos membros da tripulação no submersível e nas suas famílias.”

A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou entretanto que o submarino transportava cinco pessoas e que continuam a decorrer operações de resgate com recurso a meios aéreos e marítimos.

O alerta inicial sobre o desaparecimento do submarino tinha sido dado pela Guarda Costeira de Boston e noticiado por meios de comunicação internacionais.

O submersível terá perdido o contacto com o navio canadiano Polar Prince, usado para levar este tipo de veículos até ao local onde o Titanic afundou, quando navegava a cerca de 1600 quilómetros do estado do Massachusetts, no Atlântico Norte. A tripulação tinha mergulhado há cerca de uma hora e 45 minutos e já estaria a mais de 3000 metros abaixo da superfície.

Nos últimos dias, a empresa OceanGate Expeditions tinha divulgado nas redes sociais que uma das suas expedições estava em marcha. O site da empresa está agora inacessível.

De acordo com a Guarda Costeira norte-americana, a partir das 22h desta segunda-feira (hora de Portugal continental), o submarino tem entre 70 e 96 horas de oxigénio restantes — ou seja, no melhor cenário, tem oxigénio suficiente até à noite da próxima sexta-feira.

Ser turista no Titanic

Pequenos submersíveis têm sido usados nos últimos anos em visitas turísticas aos destroços do Titanic. As expedições podem custar dezenas de milhares de euros a cada participante, sendo um exemplo de turismo de luxo.

No submarino que desapareceu este domingo estaria o comandante e outras quatro pessoas que o almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, descreveu como “especialistas em missões”.

Sabe-se agora que entre esses quatro tripulantes estão o multimilionário Hamish Harding, empresário da indústria da aviação que já tinha embarcado em viagens de turismo espacial; Paul Henry Nargeolet, pioneiro nas expedições aos destroços do Titanic e na recuperação de artefactos do navio; e Stockton Rush, fundador da OceanGate Expeditions.

“É com orgulho que anuncio que me juntei à OceanGate” para a visita ao Titanic, escreveu Hamish Harding neste sábado nas suas redes sociais. "Devido ao pior Inverno dos últimos 40 anos na Terra Nova, é provável que esta seja a primeira e a única missão tripulada ao Titanic em 2023."

O Titanic foi construído em Belfast entre 1909 e 1911 e naufragou há 111 anos. Dos 2200 passageiros que iam a bordo, morreram mais de 1500. Os destroços deste navio estão a 3800 metros de profundidade no oceano Atlântico e a 600 quilómetros da costa da Terra Nova, no Canadá.

A empresa OceanGate Expeditions tem realizado diversas expedições ao Titanic. As tripulações podem incluir mergulhadores profissionais, turistas, historiadores e cientistas. Cada expedição tem uma série de missões ao longo de oito dias, que começam na Terra Nova, e vários mergulhos. A bordo do navio da expedição são feitas as formações necessárias. Há ainda sessões sobre a história e o estado actual do navio. Cada pessoa terá de pagar 250 mil dólares (228.887 euros).

Com o passar dos anos, o Titanic tem cedido à degradação, quer pelas correntes oceânicas quer por bactérias que vão consumindo o material do navio. Os submersíveis das expedições da OceanGate Expeditions​ têm câmaras de alta definição e sonares multifeixe. Com este equipamento, especialistas podem saber qual o estado dos destroços do Titanic. Também se pretende documentar a vida marinha perto do navio. Com os cientistas viajam também, neste caso, turistas.

Esta notícia surge num momento em que a empresa Virgin Galactic confirmou o início de voos comerciais para turistas de luxo, que tanto podem optar pelo espaço como pelas profundezas dos oceanos.

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