Bruno e Bernardo mantêm Portugal no caminho certo
Selecção portuguesa triunfa na Luz sobre a Bósnia por 3-0 e continua perfeita na campanha de apuramento para o Euro 2024.
Não foi fácil e nem sempre foi bonito, mas foi uma vitória. Depois de duas goleadas frente a equipas que jogam para não serem goleadas, Portugal conseguiu bater a Bósnia-Herzegovina por um robusto 3-0 na Luz e continua perfeito na sua campanha no Grupo J de apuramento para o Euro 2024. Ao terceiro jogo com Roberto Martínez, a selecção portuguesa enfrentou as suas primeiras dificuldades, e acabaram por ser Bernardo Silva e Bruno Fernandes a marcarem os golos que deixam Portugal como o líder isolado do agrupamento, com nove pontos em nove possíveis.
Na antecipação do jogo, Martínez tinha sido muito generoso nos elogios à selecção bósnia: sólida, agressiva e competitiva. Os balcânicos eram exactamente isso. Tal como a equipa portuguesa, também com três centrais, mas com um imperativo táctico diferente, defender. E durante quase toda a primeira parte, foi isso que fez, com uma solidez a toda a prova, mantendo os avançados portugueses à distância – João Félix e Cristiano Ronaldo, a cumprir a sua 199.º internacionalização, não conseguiam ter a bola por mais do que um segundo sem a perderem.
E foi a selecção balcânica a ter a primeira grande oportunidade do jogo. Aos 22, Leon Barisic, a partir da direita, tenta aproveitar o adiantamento de Diogo Costa, mas o guardião do FC Porto consegue chegar a tempo de impedir a bola de entrar mesmo ao ângulo. Na resposta, Portugal festejou um golo, mas não contou. Foi pena, porque a jogada foi bonita. João Cancelo acelerou pela direita, colocou a bola direitinha na cabeça de Ronaldo e o capitão da selecção meteu-a lá dentro – mas estava em fora-de-jogo e não contou.
Os balcânicos voltaram a ter uma bola de golo aos 29’ numa jogada a partir da esquerda, com um cruzamento de Cimirot que foi ter com Dzeko, mas o veterano ponta-de-lança do Inter acertou na bola com a canela e falhou o alvo.
Já perto do intervalo, finalmente o golo. Cristiano Ronaldo, em posição mais recuada, recebe a bola de costas para a baliza e consegue fazer a distribuição para Bruno Fernandes. O capitão do Manchester United vê a desmarcação de Bernardo Silva e é para lá que vai a bola – perante o guarda-redes Sehic, decidiu bem, como é habitual nele.
Era uma bela prenda para uma exibição pouco inspirada da selecção portuguesa, mas as coisas melhoraram substancialmente na segunda parte. O resultado ainda era perigoso e uma vantagem mínima seria sempre recuperável, mas a verdade é que os bósnios pouco fizeram por isso, enquanto Portugal quis sempre mais.
Conseguiu-o aos 77’. Tudo começou nos pés de Bernardo, que atraiu a marcação e deixou a bola em Rúben Neves, que endossou a jogada para a cabeça de Bruno Fernandes. Acabou com o jogo e com as dúvidas num jogo que começou difícil e acabou fácil, com goleada à vista. Primeiro, aos 88’, Cristiano Ronaldo foi muito altruísta quando preferiu servir Diogo Jota em vez de rematar à baliza – Sehic defendeu o remate do homem do Liverpool. Logo a seguir, foi Diogo Costa a deter um remate perigoso de Hamulic, e a mostrar a Martínez que a confiança que tem nele não é em vão.
Mas a noite era mesmo de Bruno Fernandes, que, já em tempo de compensação, fez o 3-0, o seu segundo no jogo. Tudo simples. Estava no sítio certo para matar no peito uma bola rechaçada pela defesa bósnia e, de primeira, acertar no alvo.