Na secundária que lidera o ranking da equidade os alunos "aprendem a pensar"

Com mais de uma dezena de clubes e projectos extracurriculares, a secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã, é a que melhor promove o sucesso escolar dos alunos mais carenciados.

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Oficina de teatro, clube ciência viva, badminton, basquetebol, ténis de mesa e uma revista escolar de divulgação de ciência, a BioHeitor, são alguns exemplos da extensa lista de projectos extracurriculares da escola secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã. Com mais de 300 alunos, esta escola lidera o ranking de equidade, um indicador do Ministério da Educação que permite aferir os níveis de sucesso educativo dos alunos de condições socioeconómicas mais vulneráveis. 

O segredo? Para o director do agrupamento está, em grande parte, na diversidade de clubes e actividades que se estendem para lá do quadro curricular. "Sou do tempo em que vínhamos para a escola, o professor escrevia no quadro e nós tínhamos de passar o que lá estava. A escola já não pode ser vista assim. Em vez de estarem a assistir à aula de Português ou de Matemática, estes alunos vão ter um dia diferente, novas vivências, vão ver coisas novas, vão discutir", defende Marco Santos. "Esta geração precisa muito disto, de ser posta a pensar."

Nesta secundária, 96% dos alunos com acção social escolar (ASE) garantiram um percurso sem chumbos, isto é, terminaram o ensino secundário nos três anos previstos, segundo dados de 2020/2021. Este valor está bem acima da média nacional de estudantes com perfil semelhante (65%), facto que lhe garantiu o lugar cimeiro na lista anual. 

Nina Crisóstomo, aluna do 11.º ano do curso de Humanidades, é uma das estudantes beneficiárias deste apoio e integra, também, o clube de teatro da secundária. “O teatro foi a melhor coisa que aconteceu comigo na escola, porque para além de promover a minha criatividade e o meu amor pela arte, consegui desenvolver capacidades sociais” diz. E acrescenta “é muito importante no meu percurso escolar”.