O “Chef do Futuro” é português: Luís Gaspar distinguido pela Academia Internacional de Gastronomia

Nos últimos anos, os nomes portugueses não saem da lista da distinção de chef de l’avenir atribuída pela instituição francesa. Em 2005, o chef José Avillez foi o primeiro português a ganhar o prémio.

Foto
Luís Gaspar é responsável pelas cozinhas dos restaurantes Brilhante, Sala de Corte e Pica-Pau Armando Ribeiro
Ouça este artigo
--:--
--:--

O talento dos chefs portugueses volta a ser reconhecido pela Academia Internacional de Gastronomia. Este ano é o chef Luís Gaspar, responsável pelas cozinhas dos restaurantes Brilhante, Sala de Corte e Pica-Pau: foi apontado como “Chef do Futuro”, um destaque a “jovens cozinheiros talentosos” assinado pela instituição francesa.

Formado pela Escola Profissional de Leiria, de onde é natural, Luís Gaspar iniciou o percurso no hotel Pestana Palace, em Lisboa, ao lado do prestigiado chef francês Aimé Barroyer.

Ao longo do caminho, cruzou-se ainda com Henrique Sá Pessoa, o chef e proprietário do Cais da Pedra (já encerrado), em Santa Apolónia, com quem trabalhou. Luís colaborou ainda na abertura do restaurante homónimo do chef, no Mercado da Ribeira.

Luís Gaspar tinha apenas 24 anos quando foi convidado por Rui Sanches, CEO da Plateform, o grupo que detém os três restaurantes em que o chef lidera as cozinhas actualmente. O primeiro desafio foi comandar a cozinha do Sala de Corte, em 2015, o que lançou o restaurante para o 34.º lugar do ranking das melhores steakhouses do mundo, de acordo com a World’s Best Steakhouses.

Foto
Chef Luís Gaspar está à frente da cozinha dos restaurantes Brilhante, Pica-Pau e Sala de Corte Armando Ribeiro

Em 2022 abriram os outros dois restaurantes que se juntaram ao seu portefólio, onde tem afirmado continuamente a valorização da gastronomia portuguesa: “Vou querer sempre promover o património gastronómico português, o receituário tradicional, os pequenos produtores e os produtos locais. É essa a minha forma de estar enquanto cozinheiro, o caminho que tenho feito e que irei certamente continuar a fazer”, comenta o chef.

É por isso que diz que este prémio é o “reconhecimento do sucesso” do trabalho desenvolvido ao lado de toda a equipa ao longo de oito anos.

Este prémio significa também a “enorme responsabilidade” do reconhecimento por parte da Academia, que atribui os prémios a “personalidades ou instituições que se tenham distinguido a nível nacional [inclui membros da União Europeia, o Médio Oriente, o Japão, as Américas e a África]”: “Tenho um enorme respeito e admiração por muitos dos chefs que já ganharam este prémio em Portugal”, refere em comunicado. No ano passado, por exemplo, foi o chef Vasco Coelho Santos do restaurante Euskalduna Studio, no Porto, a ganhar o prémio e, em 2021, foi o chef Alexandre Silva do restaurante Loco.

E se este prémio vem reconhecer uma carreira que ainda “promete dar que falar”, é importante ainda destacar as medalhas ganhas ao longo dos últimos anos nas Olimpíadas de gastronomia, ou a distinção de Chef Cozinheiro do Ano em 2017, o maior concurso de cozinha para profissionais em Portugal.

Texto editado por Luís J. Santos

Sugerir correcção
Comentar