Prémios Mesa Marcada: Vasco Coelho Santos é o melhor chef, Ocean lidera restaurantes

O chef do Euskalduna, no Porto, sobe a número 1. Nos restaurantes, o Ocean de Hans Neuner, no Algarve, conquista o top. Entre as surpresas, a subida fulgurante do Seiva, de Leça da Palmeira.

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Vasco Coelho Santos e a equipa do Euskalduna (fotografados em Novembro, depois de receberem a estrela Michelin) Nelson Garrido

O melhor restaurante fica a Sul, mas o melhor chef está a Norte – a edição dos prémios 2022 do site Mesa Marcada, anunciados esta segunda-feira numa cerimónia em Lisboa, coloca o Ocean (do hotel algarvio Vila Vita Parc) no primeiro lugar do Top 10 Restaurantes, e Vasco Coelho Santos, do Euskalduna (Porto), que em Novembro conquistou a primeira estrela Michelin, a liderar o Top 10 Chefes.

Para quem receia que este tipo de prémios – à semelhança do que acontece, por exemplo, com o The World's 50 Best Restaurants – possa repetir escolhas de ano para ano, 2022 traz, de facto, novidades. João Rodrigues, que liderou o top durante seis anos, e que, entretanto, deixou o Feitoria para se dedicar ao Projecto Matéria, desceu três lugares e ocupa agora a 4.ª posição no ranking dos chefs, cujo top 3 integra, para além de Vasco Coelho Santos, José Avillez, do Belcanto, no segundo lugar (subiu três), e Hans Neuner, do Ocean, no terceiro.

No ranking dos restaurantes, a seguir ao Ocean surge o Euskalduna, confirmando a liderança do projecto de Vasco Coelho Santos, seguido pelo Prado (Lisboa), que desce uma posição e, em quarto lugar, o Belcanto (Lisboa). António Galapito, do Prado, ocupa o 5.º lugar no top dos chefs.

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Hans Neuner a equipa do Ocean, o restaurante que lidera o top dos prémios Mesa Marcada dr

Henrique Sá Pessoa e o Alma (Lisboa) surgem bem colocados em ambos, o chef em 6.º lugar e o restaurante em 5.º (uma subida de quatro posições), tal como acontece com The Yeatman (6.º, subida de quatro lugares) e Ricardo Costa (9º, subida de dois) e o Fifty Seconds (8.º) e o seu chef, Filipe Carvalho (10.º).

Mas é sempre interessante verificar que não há uma coincidência total entre as escolhas dos dois tops. O dos restaurantes inclui ainda Ó Balcão (Santarém), que subiu cinco lugares, embora Rodrigo Castelo não esteja no top dez dos chefs; o Cura (Lisboa, 9º), enquanto Pedro Pena Bastos também não integra o top dos chefs; e o mesmo acontece com o Essencial (Lisboa, 10.º) e André Lança Cordeiro.

Por outro lado, há chefs no top 10 cujos restaurantes não aparecem no outro ranking: é o caso de Marlene Vieira, do Marlene, que surge no 7.º lugar, com uma subida de seis; e de Alexandre Silva, do Loco, que mantém o 8.º lugar que já ocupava anteriormente.

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André Cruz, que chefia a cozinha do Feitoria, é o Chefe Revelação do Ano dr

Os prémios especiais, que são já 15, trazem também muitas novidades, mas parecem padecer este ano, numa das categorias, do que costumava ser um problema dos rankings principais: O Velho Eurico (Lisboa) ganha pelo terceiro ano consecutivo o Prémio Especial Queijo São Jorge DOP Mesa Diária.

Entre as estreias absolutas, destaque para o Seiva (Leça da Palmeira, que tem como chef David F. Jesus), que é o Prémio Especial Estrella Damm Destaque do Ano, garantido pela subida de 103 lugares, que o catapultou de 117.º para 14.º. Já o Prémio Especial Makro Chefe Revelação do Ano vai para André Cruz, o sucessor de João Rodrigues à frente do Feitoria, merecedor de se tornar protagonista em nome próprio.

O Prémio Especial Sogrape Restaurante Novo do Ano distingue o Marlene, (a vírgula faz mesmo parte do nome). E porque muitas vezes as atenções estão (demasiado) centradas em restaurantes de fine dining, existe agora também o Prémio Especial Miele Restaurante Clássico do Ano, que foi entregue ao Mugasa (Sangalhos).

Os responsáveis do site e da organização dos prémios Mesa Marcada, Miguel Pires e Duarte Calvão, têm a preocupação de abarcar áreas ligadas à restauração e gastronomia, mas que habitualmente não estão tão sob os holofotes como outras. Aí surgem categorias como o Prémio Especial NX Store Serviço de Sala do Ano, dado ao Belcanto; o S. Pellegrino/Acqua Panna Escanção do Ano, entregue a Filipe Wang (Kabuki, Lisboa); e o Roastelier by Nescafé para o Chefe Pasteleiro do Ano (Márcio Baltazar, Ocean).

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Marlene Vieira, na foto com Gabriela Marques, a sommelier do seu restaurante Marlene, ocupa a 7.ª posição no ranking dos chefs Matilde Fieschi

Para dar visibilidade aos produtores, existe o Prémio Maria José Macedo, que foi para a Salmarim de Jorge Raiado; e para valorizar o tema da sustentabilidade, há o Prémio Especial Studioneves Sustentabilidade, que se divide em dois, um para restaurante em ambiente urbano, que este ano premeia o SEM (Lisboa), e outro para restaurante em ambiente rural, que vai para o Esporão (Reguengos de Monsaraz, Alentejo).

À Comida Independente (Lisboa) foi atribuído o Prémio Bom Sucesso Loja Gastronómica do Ano, e ao Chefs on Fire (organizado pela Lohad, de Gonçalo Castel Branco) o Prémio Nutrifresco Evento do Ano. Por fim, Rui Sanches (Plateform) recebeu o Prémio NX Hotelaria Empresário de Restauração do Ano, e Paulo Morais (Kanazawa, Lisboa, que foi agraciado este ano, por fim, com a estrela Michelin) o Prémio Especial Cutipol Carreira.

Foram, este ano, 235 os votantes nos Prémios Mesa Marcada, num júri que integra jornalistas, bloggers, gastrónomos, chefs de cozinha e outras profissões ligadas à gastronomia e restauração. As escolhas dos dois rankings e alguns dos prémios especiais são resultado da votação do júri alargado, enquanto outros prémios especiais são atribuídos por júris mais restritos, com ligação a áreas específicas. A cerimónia do anúncio dos prémios relativos a 2022 realizou-se na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.

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