Palcos da semana: do Festival de Sintra ao novo Maia BD
As sugestões passam também pel’A Porta que faz das ruas de Leiria um festival, pelo aniversário do Teatro Experimental do Porto e pelo nascimento d’A Gente (Não) Lê em Manhouce.
Sintra num festival de vertentes
Palácios à escuta do piano de Joana Gama, da harpa de Angélica Salvi ou do acordeão de João Barradas. Ecos de Filho da Mãe na Quinta da Regaleira. Uma caminhada-concerto pela serra com a pianista Catherine Morisseau. Um ciclo de cinema no Centro Cultural Olga Cadaval. E também Prelúdios de Dança ao piano com António Rosado, duelos musicais, propostas para famílias, palestras, concertos coreografados. Cabe de tudo um pouco no 57.º Festival de Sintra.
O programa viaja entre “tangos de Carlos Gardel e melodias de Paredes”, entre a “música barroca e dos nossos dias”. A garantia é dada pelo director artístico, Martim Sousa Tavares, que se fará ouvir noutra vertente do festival, as conversas – no caso, Musa, vai chatear o Camões, travada com Anabela Mota Ribeiro, Carlos Vaz Marques e Beatriz Batarda.
Gente que lê e homenageia
Gente como Capicua, Miguel Manso, Isabela Figueiredo, Sérgio Sousa Pinto, Isabel Silvestre ou Ana Lua Caiano ruma a Manhouce para participar num novo festival literário enraizado na aldeia, na “escola primária e os seus recreios, lugares simbólicos das primeiras letras”, anuncia a organização.
A Gente (Não) Lê – assim se intitula o encontro – tem duelos poéticos, leituras, oficinas, filmes, canções, apresentações. E tem também uma homenagem a um saudoso amante dos livros, dinamizador da leitura e filho de São Pedro do Sul recentemente desaparecido: José Pinho, para quem este festival foi “um dos últimos entusiasmos”.
Elas e as teorias em festa à companhia
Com os pergaminhos de companhia teatral mais antiga do país, o Teatro Experimental do Porto celebra 70 anos, contados desde o primeiro espectáculo que levou às tábuas. O aniversário festeja-se num fim-de-semana prolongado, recheado de memórias trazidas ao presente por duas criadoras que vasculharam o arquivo do grupo: Tânia Dinis e Sara Barros Leitão.
A primeira estreia Elas Entram e Ficam!, “uma viagem que vai traçar uma linha temporal, permitindo descobrir quantas personagens femininas encontramos nos textos”, faz saber a folha de sala. A segunda revê a Teoria das Três Idades, o primeiro espectáculo que escreveu e encenou – e que entrou na tabela dos melhores de 2018 escolhidos pelos críticos do Ípsilon.
A Porta às ruas
Descobrir A rua que se quer é a missão d’A Porta na sua oitava edição. Cheio de espírito comunitário e da vontade de “abrir novas perspectivas”, o festival leiriense volta a fazer do centro histórico o seu habitat, sejam os três palcos montados nos largos, o museu da cidade, a Cestaria Fonseca ou locais-surpresa onde acontecem jantares temáticos.
As movimentações fazem-se ao ritmo de uma extensa e misturada comitiva musical em que alinham nomes como A Sul, Cave Story, Dino D’Santiago, Equinócio, Femme Falafel, Loïc “L’Homme Statue” Koutana, Puta da Silva, Soluna, Unsafe Space Garden ou Vasco Ribeiro. Ao redor, há performances, showcookings, passeios, tai chi, magia cómica, teatro e muito mais à porta de todas as idades.
A Seita dá festival
Está para nascer um novo poiso para a banda desenhada. Chama-se Maia BD, é organizado pel’A Seita e atrai os amantes da nona arte – autores, ilustradores, editores e seus leitores – com um programa em que cabem exposições, mesas-redondas, sessões de autógrafos, desenho ao vivo, lançamentos, workshops, um concurso de cosplay e um total de 25 convidados.
É o caso de Filipe Melo, presente para uma retrospectiva dedicada a Dog Mendonça e Pizza Boy, as tiras que criou com Juan Cavia e Santiago Villa. Luís Louro e Nuno Markl também passam por lá, a propósito da reedição de O Corvo 3: Laços de Família. Atenção também a Filipe Andrade, que vem apresentar a edição portuguesa de As Muitas Mortes de Laila Starr, e a George Bess, com a sua adaptação do Frankenstein de Mary Shelley à mão de folhear.