Montenegro acredita que país será capaz de criar mais riqueza e oportunidades

O presidente do PSD quis falar apenas sobre o Dia de Portugal, o líder da IL aproveitou a metáfora dos ramos mortos para pedir uma “árvore nova” e Ventura pediu o corte dos “ramos infectados”.

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Luís Montenegro LUSA/RODRIGO ANTUNES
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O líder do PSD assumiu concordar com o Presidente da República sobre a capacidade do país de “gerar riqueza e mais oportunidades para os jovens”. O líder da IL, Rui Rocha, aproveitou a metáfora do corte dos “ramos mortos” que contaminam a árvore para reiterar a necessidade de mudar de Governo. E André Ventura apelou ao Governo que corte “os ramos infectados”.

No final das cerimónias do 10 de Junho, no Peso da Régua, Luís Montenegro disse estar alinhado com Marcelo Rebelo de Sousa. “Quero corroborar o que disse o Presidente da República: acredito muito no futuro de Portugal. Tenho esperança de que seremos capazes de gerar mais oportunidades, de criar mais riqueza e fixar os nossos jovens”, afirmou Luís Montenegro, escusando-se a comentar as cartas trocadas com o primeiro-ministro, António Costa, a propósito da intervenção dos serviços de informações na recuperação do computador de um ex-adjunto de João Galamba.

O líder social-democrata disse só querer falar de “temas muito importantes” para o país. “Hoje, quero dizer que vale a pena acreditar em Portugal. O país pode e deve saber que o PSD não desiste de Portugal. O líder do PSD quer ser primeiro-ministro, mas não é para preencher nenhum capricho, é para dar mais desenvolvimento ao país”, afirmou.

A árvore contaminada

Rui Rocha, a partir da sede do partido no Porto, não deixou passar em branco a imagem usada pelo Presidente sobre o corte dos ramos mortos. “Se entendermos estes ramos que é preciso cortar como ministro, é verdade que temos o ministro João Galamba, que há muito não devia estar no Governo”, disse o líder da IL, defendendo que “há vários ramos deste Governo que não têm condições”. Como exemplo, apontou a ministra da Agricultura e o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O líder dos liberais reiterou a necessidade de mudar de Governo. “A árvore está contaminada. Mais do que a poda que o Presidente recomenda, o que precisamos é de uma árvore nova”, defendeu Rui Rocha, para quem “o PS e o Governo são uma espécie de erva daninha que ocupa tudo, que seca o país e o impede de crescer”.

Os ramos infectados

O líder do Chega também elogiou o discurso do Presidente e apelou ao Governo que corte “os ramos infectados”. “O Chega reconhece-se na mensagem do senhor Presidente da República e volta a apelar ao Governo que, neste momento, seja capaz de fazer não só as reformas de que o país precisa, mas de cortar os ramos infectados, degradados, destrutivos, que o país tem que cortar”, defendeu André Ventura, num vídeo enviado às redacções.

Na opinião do líder do Chega, “para haver um Governo viável, para haver uma governação estável”, é necessário “afastar os elementos perturbadores e nocivos e António Costa não parece estar disposto a esse sacrifício e a essa reforma”.

A árvore toda seca

Pelo CDS-PP, Nuno Melo elogiou o discurso de Marcelo, mas defendeu que "já não basta apenas cortar alguns ramos mortos, porque a árvore já está seca", criticando o executivo socialista.

Numa mensagem enviada à imprensa, o líder centrista considerou que "a maioria absoluta do PS falhou em toda a linha", tal como o partido "tem alertado nos últimos meses, e não há volta a dar". Nesse sentido, defende que "já não basta apenas podar e cortar alguns ramos mortos, porque a árvore toda já está seca".

"O CDS-PP concorda com o senhor Presidente da República quando afirma que Portugal é mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade, mais razões para partir, às vezes, do que para ficar. E a liberdade, a saúde, a educação e a Segurança Social são cada vez mais retratos de um país profundamente insatisfeito com a governação socialista", lê-se na mensagem.

Para Nuno Melo, "o país precisa de um novo fôlego" e de "um novo ciclo" que liberte o país "do socialismo e que devolva de novo a esperança aos portugueses". O centrista considera que o país vive "uma crise política latente e crescente desde que o Governo socialista tomou posse".

Os desafios do país

Esta leitura da metáfora usada pelo Presidente não foi partilhada pelo dirigente socialista Porfírio Silva, ao considerar que o discurso de Marcelo não foi sobre a conjuntura actual. “Como o próprio senhor Presidente da República disse, o discurso do 10 de Junho não foi um discurso sobre a actualidade, não foi sobre o dia-a-dia, foi sobre os grandes desafios do país”, respondeu, depois de questionado sobre os “ramos mortos” a que se referiu o Presidente.

O membro do secretariado nacional do PS preferiu saudar a mensagem de “mobilização, unidade, persistência e continuidade” do Presidente. “O senhor Presidente da República, não se referindo às questões circunstanciais, mas referindo-se ao longo prazo, referindo-se ao essencial, àquilo que faz com que todos nos sintamos orgulhosos de ser portugueses, transmitiu a mensagem importante, que é sempre uma mensagem importante para um país enfrentar aquilo que tem de fazer. E é essa mensagem de mobilização, de unidade, de persistência, de continuidade que o PS saúda vivamente e que penso que marcou este 10 de Junho”, considerou Porfírio Silva.

Questionado sobre o facto de Galamba ter sido vaiado nas cerimónias, Porfírio lembrou as diferenças de opinião em democracia. “Penso que devemos hoje seguir o exemplo do senhor Presidente: focarmo-nos na mensagem global que é uma mensagem de unidade, de mobilização de todos os portugueses. Todos sabemos que, felizmente, estamos num país democrático, e portanto, não temos todos a mesma opinião sobre todas as matérias. Ainda bem que é assim. Se tivéssemos todos a mesma opinião, ou alguns não pudessem manifestar a mesma opinião, isso é que seria mau”, afirmou. com Lusa

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