PSD quer debate de urgência sobre privatização da Efacec quarta-feira

O PSD diz-se “verdadeiramente preocupado” com o anúncio do executivo de Costa, que disse ter aprovado a proposta da alemã Mutares. Declarações deixaram “perguntas, preocupações e perplexidades”.

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Paulo Rios de Oliveira, deputado do PSD Rui Gaudencio

O PSD vai pedir o agendamento para quarta-feira, 14, de um debate parlamentar de urgência sobre a privatização da Efacec, por considerar que o Governo agiu com opacidade e que o ministro da Economia deixou várias perguntas por responder.

Em declarações, o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira afirmou que, no caso da Efacec, "tudo foi dito e garantido aos portugueses de que era uma operação de curto prazo, em que o Estado nacionalizava para salvar a empresa e imediatamente entregar a um privado, era uma operação curta. Isto foi em Julho de 2020".

O social-democrata referiu que o Governo "já anunciou a venda [da Efacec] em 2022 e depois não se concretizou", manifestando-se "verdadeiramente preocupado" com a conferência de imprensa do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, de quarta-feira, na qual anunciou que o executivo tinha aprovado a proposta da alemã Mutares. Na óptica do deputado, as declarações do ministro deixaram "perguntas, preocupações e perplexidades".

"Primeiro, não anunciaram a venda, anunciaram o projecto de venda. Quanto é que vai pagar? Não sabemos. Qual é o projecto? Não sabemos. Qual é a necessidade de envolvimento de mais credores para o projecto ser aceite? Não sabemos. Qual é o modelo criativo que vai permitir ao Estado recuperar aquilo que lá pôs? Não sabemos. Até que ponto? Não sabemos", enumerou Paulo Rios de Oliveira.

"Uma conferência de imprensa cheia de opacidade. O PSD não aceita esta forma de governar, nunca aceita, e por maioria de razão não aceita num caso destes e especialmente numa empresa que está a custar aos portugueses mais de 10 milhões de euros por mês. Isto não é aceitável e o local próprio para debater este assunto é o Parlamento", apontou.

De acordo com o regimento da Assembleia da República, é obrigatória a presença do Governo em debates de urgência, "através de um dos seus membros", e os sociais-democratas esperam que seja o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, a comparecer. O regimento prevê ainda que "em cada quinzena pode realizar-se um debate de urgência a requerimento potestativo de um grupo parlamentar".

As regras parlamentares definem que o debate é requerido ao presidente da Assembleia da República, com indicação do tema, "a partir da sexta-feira da semana anterior e até às 11 horas do próprio dia em relação aos debates que se pretende agendar para a sessão plenária de quarta-feira e quinta-feira".

Na quarta-feira, em conferência de imprensa, em Lisboa, o ministro da Economia e do Mar assegurou que a proposta da alemã Mutares foi "meticulosamente analisada", garantindo que dá ao executivo "conforto" quanto ao futuro e manutenção da Efacec enquanto "um grande projecto industrial e tecnológico".

A 11 de Abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa. As propostas foram apresentadas pela Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia.

O Governo aprovou em Novembro do ano passado um novo processo de reprivatização da participação social do Estado de 71,73%, com um novo caderno de encargos, depois de ter anunciado a 28 de Outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado "todas as condições necessárias" à concretização do acordo de alienação.