Salvar o Fogo: a dor a possuía por inteiro
O novo romance de Itamar Vieira Junior é o quadro de um Brasil rural onde as estruturas do colonialismo permanecem.
Se em Torto Arado (prémio LeYa 2018) o escritor baiano Itamar Vieira Junior (n. 1979) se adentrava pelas histórias passadas num quilombo – comunidade rural de descendentes de escravos – no sertão nordestino, descrevendo, entre outras coisas, um quadro de injustiças e de imposição de servidão aos trabalhadores rurais, no seu segundo romance, publicado há pouco, Salvar o Fogo, continua a querer mostrar a imobilidade de séculos das estruturas fundiárias e sociais – a que acrescenta, desta vez, uma violência religiosa não muito disfarçada pela ideia de redenção.
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