Presidente de junta é a figura política em que os portugueses mais confiam
A segunda figura que inspira mais confiança é a do Presidente da República. Por outro lado, portugueses desconfiam dos partidos políticos, do Parlamento e do Governo.
Das diferentes instituições políticas existentes em Portugal, a figura do presidente de junta de freguesia é a mais confiável e a dos partidos políticos a menos. As conclusões surgem numa sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso/SIC que revela também que os portugueses confiam pouco no Parlamento e Governo e bastante no Presidente da República.
O estudo de opinião publicado nesta quinta-feira conclui que 70% dos portugueses “tendem a confiar” no presidente de junta de freguesia — face a 27% que “tendem a desconfiar” — e 69% tendem também a “confiar” na figura de Presidente da República, que neste momento é personificado por Marcelo Rebelo de Sousa. No mesmo sentido, as câmaras municipais colhem mais confiança do que desconfiança: 65% dos cidadãos tendem a confiar nelas, face a 32% que tendem a desconfiar.
Por outro lado, 79% dos portugueses “tendem a desconfiar” dos partidos políticos — face a 18% que confiam —, 64% "tendem a desconfiar" do Governo e 59% do Parlamento.
O trabalho conclui também que, quando comparados os simpatizantes do PS e PSD, os primeiros confiam mais em quase todas as instituições do que os últimos. A título de exemplo, os socialistas acreditam mais do que os sociais-democratas no Presidente da República, nos partidos, na comunicação social e nos tribunais.
O estudo revela ainda que os portugueses acham que a União Europeia tem “muita” ou “alguma” influência nas medidas dos Governos (87%) e que tal deve acontecer (88%). Números superiores à importância que atribuem ao Parlamento: 85% dizem que a Assembleia da República deve ter, e tem, “muita” ou “alguma” influência no país. Mais de metade dos inquiridos (56%) ainda vê a Igreja como influente.
A mesma sondagem conclui que os portugueses querem ser mais vezes, e de mais formas, chamados a participar nas decisões políticas. 85% acham que deveriam ser criados novos mecanismos de participação política e 82% consideram que deveria haver mais referendos para "decidir assuntos importantes".
O trabalho de campo decorreu entre 13 e 28 de Maio de 2023. As 1204 entrevistas validadas foram realizadas em 128 pontos de amostragem seleccionados aleatoriamente. A margem de erro máxima associada a esta amostra aleatória é de +/- 2,8%, com um nível de confiança de 95%.