Marcelo remete avaliação dos casos TAP e SIS para Conselho de Estado

Presidente da República está, nesta quarta-feira, com o primeiro-ministro na África do Sul, mas admitiu que agenda dos dois não deverá permitir a reunião semanal.

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O Presidente e o primeiro-ministro estão nesta quarta-feira em visita de Estado à Africa do Sul LUSA/TIAGO PETINGA
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O Presidente da República remeteu eventuais consequências políticas resultantes da comissão de inquérito da TAP e de outras audições sobre o Serviço de Informações de Segurança (SIS) para o Conselho de Estado marcado para o final de Julho, em que haverá “uma perspectiva global” sobre um “processo em curso”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas em Joanesburgo, África do Sul, onde visitou o Museu do Apartheid com o primeiro-ministro, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal.

O Presidente foi questionado sobre se acompanhou as audições parlamentares desta terça-feira dos ex-ministros Pedro Nuno Santos e João Leão a propósito da TAP e também do actual secretário de Estado do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, sobre o seu papel na intervenção dos serviços de informações na recuperação de um computador retirado do Ministério das Infra-Estruturas.

“Não queria, aqui no estrangeiro, falar disso. Lembrava-vos que vos disse que era importante esperar por Julho, temos Conselho de Estado e, nessa altura, teremos uma perspectiva global de um processo que está ainda em curso”, afirmou, em declarações transmitidas pela RTP3, remetendo para o prazo previsto para o fim dos trabalhos da comissão de inquérito à TAP, que é em meados de Julho.

Questionado sobre se é nessa altura que vai esclarecer todas as dúvidas, Marcelo respondeu afirmativamente: “Estando um processo em curso, é melhor esperar pelo fim do processo, já não falta muito.”

O Presidente tinha anunciado a marcação de um Conselho de Estado para o final de Julho (ainda sem data marcada) para discutir a situação política, económica e social, confluindo com o final dos trabalhos da comissão de inquérito à TAP. Era também esse timing que António Costa já tinha apontado como o momento de retirar conclusões de todo o caso gerado pela indemnização de 500 mil euros dada à ex-administradora Alexandra Reis e que, entretanto, resultou na polémica intervenção do SIS. Antes, já a 21 de Junho, há outro Conselho de Estado, mas não terá o ponto de agenda sobre a situação interna por ter como convidada a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

Marcelo foi também questionado sobre se vai ter oportunidade de falar com António Costa durante o dia de hoje, quarta-feira, mas o Presidente reconheceu que o programa é muito apertado e que não deve permitir a reunião semanal entre os dois. “Temos um programa praticamente impossível, uma corrida contra o tempo, já vamos atrasados. Ele tem de partir mais cedo de Pretória, eu fico, vamos ver se é possível no meio de um almoço, um jantar, uma visita a uma universidade… Não deve dar tempo para a reunião semanal”, afirmou.

Momentos antes das declarações do Presidente, o primeiro-ministro foi também abordado por jornalistas para comentar as audições de ontem, mas recusou-se a prestar declarações sobre o assunto.

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