Mau tempo deixou 38 pessoas desalojadas na Madeira
A situação mais grave registou-se numa freguesia do Funchal, onde houve uma derrocada e há perigo de haver mais.
Ficaram desalojadas trinta e oito pessoas na Madeira devido ao mau tempo que afecta o arquipélago desde segunda-feira, 22 das quais no Funchal, 15 em Câmara de Lobos e uma em Santa Cruz, indicaram esta terça-feira as autarquias.
No Funchal, a situação mais grave envolve seis casas na freguesia de Santo António, na zona alta do concelho.
"Houve uma derrocada a sul das casas e há perigo de derrocada também a norte", disse o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, num registo áudio enviado à agência Lusa, indicando que 18 pessoas foram afectadas. "Já foram accionados os procedimentos normais com a Segurança Social e estamos a encaminhar essas 18 pessoas para um local seguro", indicou.
A Câmara do Funchal está também a tratar do realojamento preventivo de outras quatro pessoas, nas freguesias do Monte e de São Pedro. "O que importa agora é criar condições de segurança à população e resolver estes casos de desalojados", disse Pedro Calado.
Em Câmara de Lobos, concelho contíguo ao Funchal a oeste, três famílias ficaram desalojadas, indicou a autarquia em comunicado, precisando que se trata de um agregado composto por sete pessoas na freguesia do Jardim da Serra e dois agregados num total de oito pessoas na freguesia do Curral das Freiras.
"As famílias afectadas não activaram a linha 144 [apoio da Segurança Social], tendo procurado realojamento em casa de familiares", refere a nota.
A autarquia forneceu refeições à família do Jardim da Serra, não tendo apurado ainda a necessidade de refeições das famílias do Curral das Freiras.
No concelho de Santa Cruz, zona leste da Madeira, uma pessoa ficou também desalojada devido à queda do telhado da habitação durante a noite.
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha estiveram sob aviso vermelho entre as 15h de segunda-feira e as 15h desta terça-feira devido à chuva forte e persistente por causa da passagem da depressão Óscar.
O aviso vermelho, o mais grave de uma escala de três, foi emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que registou o período mais crítico entre as 6h e as 9h desta terça-feira.
Nos Açores houve 36 ocorrências
A Protecção Civil dos Açores actualizou entretanto para 36 as ocorrências registadas esta terça-feira nos Açores na sequência da passagem da depressão Óscar, todas na ilha de São Miguel e sem causarem danos pessoais.
Fonte do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) adiantou à agência Lusa que, às 17h locais (18h em Lisboa), já tinham sido contabilizadas, desde a madrugada, "36 ocorrências na ilha de São Miguel", na sequência da passagem da depressão Óscar pelo arquipélago.
Essas situações estão sobretudo relacionadas com inundações em vias e habitações, além de quedas de árvores, de estruturas e muros, sem danos pessoais.
Segundo a Protecção Civil, os concelhos mais afectados foram os de Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca do Campo e Povoação.
Nos locais, para apoio e resolução das diversas ocorrências têm estado os Bombeiros, Direcção Regional das Obras Públicas, Serviços Municipais de Protecção Civil, Polícia de Segurança Pública (PSP) e EDA - Electricidade dos Açores, sob a coordenação do SRPCBA.
As ilhas de São Miguel e Santa Maria estão sob aviso amarelo até às 6h de quarta-feira, por causa das previsões de chuva, por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu ainda avisos amarelos para aquelas duas ilhas por causa do vento (direcção do quadrante norte) até às 21h de terça-feira.
Para o grupo central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial), o IPMA emitiu avisos amarelos, até à meia-noite de quarta-feira, devido à chuva que poderá ser forte acompanhada de trovoada.
Foi ainda emitido aviso amarelo para aquelas cinco ilhas, tendo em conta o vento, direcção de nordeste, entre as 9h desta terça-feira e a meia-noite de quarta-feira.
O aviso amarelo, o terceiro mais grave da escala, é emitido em "situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica".