PSD acusa Governo de acabar com classe média com mudança nos certificados de aforro
António Leitão Amaro acusou o Governo de andar “a reboque” dos bancos.
O vice-presidente do PSD António Leitão Amaro considerou este domingo que a alteração nos certificados de aforro "confirma que o Governo está a acabar com a classe média", acusando o executivo de andar "a reboque" dos bancos. "A decisão do Governo de desvalorizar os certificados de aforro confirma que o Governo está a acabar com a classe média em Portugal. Depois de a esmagar com impostos recorde, agora desvaloriza um dos principais instrumentos de poupança", afirmou o social-democrata.
Na sexta-feira, o Governo aprovou a série F de certificados de aforro, com uma taxa base de 2,5%, disponível a partir de segunda-feira e que substitui a série E de certificados, que tinha muita procura e uma taxa até 3,5%.
De acordo com o diploma, os certificados de aforro vão também passar a poder ser subscritos nos balcões e nas redes digitais dos bancos, juntando-se aos CTT e Espaços do Cidadão na venda deste produto de poupança.
Para o PSD, o Ministério das Finanças faz estas alterações "a reboque do pedido dos bancos para desvalorizar os certificados de aforro e aliviando depressa demais a pressão concorrencial para que os bancos aumentem os juros e a remuneração nos seus próprios depósitos e instrumentos de poupança que oferecem aos clientes".
A suspensão da série E, e a sua substituição pela nova série, gerou várias críticas da oposição, nomeadamente do BE e do PCP, tendo os comunistas requerido a audição urgente no Parlamento do secretário de Estado das Finanças, por entender que se tratou de "um favor que o Governo fez à banca".
Uma visão rejeitada pelo secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, numa declaração aos jornalistas, no sábado, em que respondeu às críticas e afirmou que "houve cedência zero a banca".
Questionado sobre se o PSD também vai requer uma audição parlamentar do secretário de Estado, António Leitão Amaro disse que o governante "já foi chamado por outro partido".
"Portanto lá estaremos e o inquiriremos, e vamos manter a pressão sobre o Governo", disse.