No peito dos ignorantes também bate um coração

Vivemos num país onde as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, mas onde a percentagem de cidadãos com formação em suporte básico de vida não chega aos 20%.

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Não há nada nem ninguém tão desavergonhado como a ignorância. A mesma ignorância narcisista que quanto mais se vê ao espelho mais se apaixona por si própria. Tão cheia como o sapo da fábula, desfila pela vida profundamente convencida de que sabe tudo o que existe para saber. E a única explicação que encontro é que, se calhar, a ignorância é ainda mais míope do que eu, que, quando tiro as lentes de contacto, só vejo borrões de tal maneira desfocados que nem consigo traçar a fronteira das diferentes cores. Imagino que a ignorância, que não deve conhecer optometristas, nunca comprou uns óculos e, por isso, talvez acredite que o mundo todo é aquele palmo que consegue ver à frente do próprio nariz.

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