PS adia congresso de Setembro deste ano para Março de 2024

O anúncio da nova data foi feito pelo presidente do partido, Carlos César, no final do encontro que decorreu no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

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Carlos César, presidente do PS, anunciou a nova data para o congresso. LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO
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A comissão nacional do PS decidiu neste sábado adiar o 24.º congresso do partido de 9 e 10 de Setembro deste ano para os dias 15 a 17 de Março de 2024 apesar de algumas vozes dissonantes, nomeadamente a do crítico Daniel Adrião. O militante defendeu a manutenção do congresso este ano, mas a sua proposta acabou derrotada com apenas 18 votos a favor. O adiamento foi aprovado por 155 votos.

O anúncio da nova data foi feito pelo presidente do partido, Carlos César, no final do encontro que decorreu no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões durante toda a tarde, frisando que se trata de datas "meramente indicativas".

À entrada para a reunião, Daniel Adrião defendera a necessidade de realizar um congresso este ano argumentando que o partido "não define calendários em função das necessidades dos seus líderes ou das suas maiorias circunstanciais". Além disso, o crítico que se candidatou contra António Costa tem defendido que o PS precisa discutir e repensar a sua estratégia e a sua atitude para contrariar a imagem de "desnorte e desorientação" do executivo socialista e de falta de "acção de comando" por parte do primeiro-ministro que têm caracterizado o último ano de governação.

Os estatutos do partido determinam que os congressos se realizam a cada dois anos, mas permitem que essa periodicidade seja alterada tendo em conta os ciclos eleitorais - e é precisamente com esse argumento em mente que os socialistas fazem esta mudança. Apenas em 2020 o PS falhou o calendário por causa da pandemia, tendo sido adiado para o ano seguinte.

Se o congresso se realizasse este ano, o seguinte seria muito em cima das autárquicas de 2025 mas demasiado longe das legislativas do Outono de 2026 (se, obviamente, a legislatura não for interrompida). Ou seja, um ano antes, o que, se António Costa decidisse não se recandidatar, faria com que o partido tivesse, durante um ano, um secretário-geral diferente daquele que se mantinha como líder do Governo.

Assim, realizando-se em meados de Março do próximo ano, o conclave será dois meses e meio antes das europeias do início de Junho e servirá também como o grande arranque da campanha eleitoral socialista. E depois poderá ser na Primavera de 2026, seis meses antes das legislativas para também aí servir de rampa de lançamento para o novo desafio eleitoral.

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