Francisco Cerundolo lidera o sonho sul-americano

É o maior contingente da América do Sul a chegar a esta fase de Roland Garros nos últimos 18 anos. Elena Rybakina desiste torneio feminino.

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Cerundolo festeja o triunfo sobre Taylor Fritz Reuters/CLODAGH KILCOYNE
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Já vai longe a última final do Torneio de Roland Garros com um representante sul-americano. Na verdade, foi em 2005 que o continente esteve representado pela última vez no derradeiro dia de prova, pelo argentino Mariano Puerta, no ano que marcou o início da “Era Nadal”. Depois, o espanhol – que este sábado celebrou o 37.º aniversário a recuperar de uma artroscopia – conquistou por 14 vezes o torneio francês, mas é o grande ausente desta edição, pelo que o sonho de triunfar em Paris torna-se mais realista entre os 16 oitavo-finalistas. Entre eles inclui-se o maior contingente da América do Sul a chegar a esta fase de Roland Garros nos últimos 18 anos, formado por Francisco Cerundolo, Tomas Martin Etcheverry, Nicolas Jarry e Juan Pablo Varillas, desejosos de imitar o argentino Guillermo Vilas (vencedor em 1977 e vice-campeão em outras três finais), o equatoriano Andres Gomez (1990) e o brasileiro Gustavo Kuerten (1997, 2000 e 2001).

O argentino Cerundolo chegou a Paris como melhor sul-americano no ranking mundial, ocupando o seu melhor lugar de sempre, 23.º, depois de ter sido quarto-finalista no Masters 1000 de Roma e finalista no ATP 250 de Lyon. E, este sábado, somou a quarta vitória sobre um top 10 este ano, ao eliminar Taylor Fritz (8.º), por 3-6, 6-3, 6-4 e 7-5. “Na Argentina crescemos a jogar em terra batida e Roland Garros é o maior torneio do mundo”, explicou o argentino de 24 anos que vai estrear-se nos "oitavos" de um Grand Slam, frente a Holger Rune (6.º).

Poucas horas antes, o seu grande amigo e compatriota Tomas Martin Etcheverry (49.º), de 23 anos, afastou Borna Coric (16°), por 6-3, 7-6 (7/5) e 6-2. À mesma hora, o chileno Nicolas Jarry (35.º) garantia a estreia nos oitavos de um major, ao eliminar Marcos Giron (75°), por 6-2, 6-3, 6-7 (7/9) e 6-3. O dono de um cão chamado Roland Garros dedicou a vitória ao avô, Jaime Fillol – 14.º do ranking em 1974 – que celebrava o aniversário e vai agora defrontar Casper Ruud (4.º).

Igualmente de 27 anos, Juan Pablo Varillas (94.º) tornou-se na sexta-feira no primeiro tenista do Peru a chegar tão longe num torneio do Grand Slam neste século, ao derrotar Hubert Hurkacz (14°), por 3-6, 6-3, 7-6 (7/3), 4-6 e 6-2, indo agora defrontar Novak Djokovic.

Iga Swiatek e um duplo 6-0

Para compensar a eliminação do brasileiro Thiago Seyboth Wild – “carrasco” de Daniil Medvedev e que já não teve energia suficiente para discutir o quinto set com o japonês Yoshihito Nishioka (33.º), cedendo, por 3-6, 7-6 (10/8), 2-6, 6-4 e 6-0 –, a compatriota Beatriz Hadad Maia tornou-se na primeira brasileira a vencer três encontros consecutivos em Roland Garros desde Maria Esther Bueno, em 1968.

A tenista paulista, de 27 anos e 14.ª no ranking, salvou um match-point antes de vencer a russa Ekaterina Alexandrova (23.ª), por 5-7, 6-4 e 7-5, e vai defrontar a espanhola Sara Sorribes Tormo (132.ª), que beneficiou da desistência de Elena Rybakina (4.ª).

Já a líder do ranking, Iga Swiatek levou somente 51 minutos para ultrapassar Xinyu Wang (80.ª), por 6-0, 6-0, e vai defrontar, nos oitavos, Lesia Tsurenko, com apenas oito jogos cedidos em três rondas. Tsurenko manteve viva a hipótese da final feminina 100% ucraniana ao eliminar Bianca Andreescu (42.ª), com um duplo 6-1 e juntar-se à compatriota Elina Svitolina, oitavo-finalista na metade inferior do quadro.

No embate mais jovem numa terceira ronda desde 1997 – quando Martina Hingis derrotou Anna Kournikova –, Coco Gauff, de 19 anos, venceu a russa Mirra Andreeva, de 16, por 6-7 (5/7), 6-1 e 6-1. “No final do primeiro set, foi estranho, mas senti como se tivesse ganho o set”, revelou a número seis mundial.

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