Viajar de balão à volta do mundo sem sair de Gaia num parque infantil feito para todos

O primeiro de 12 parques temáticos do concelho está concluído. O equipamento está preparado para receber crianças com dificuldades motoras e visuais e promove a interacção com os tutores.

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O parque foi inspirado na obra "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de JÚlio Verne DR
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Imaginar que se está a pilotar um avião ou a bordo de um balão de ar quente já é possível no primeiro parque temático de Vila Nova de Gaia desenhado para todas as crianças que tenham pais, avós ou outros familiares que também queiram fazer parte das brincadeiras. O cenário é um espaço de lazer criado a partir do universo ficcional da Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne. O objectivo é não deixar ninguém de fora desta experiência.

Em 2020, a Câmara de Vila Nova de Gaia anunciou a construção de 12 parques temáticos no concelho, preparados para receber crianças com dificuldades motoras ou problemas de visão e desenhados para serem uma “área de recreio intergeracional”. O primeiro foi inaugurado a 1 de Junho, no Dia Mundial da Criança, à entrada do Parque da Lavandeira, na freguesia de Oliveira do Douro – em processo de requalificação – e teve um custo para a autarquia de 860 mil euros.

“O novo parque contempla dois equipamentos lúdicos e escultóricos que fazem alusão aos veículos utilizados na altura em que a obra foi escrita (1873), nomeadamente um balão gigante e um avião, tendo-se ainda acrescentado um baloiço”, lê-se no comunicado de imprensa enviado à imprensa pela autarquia.

No topo das prioridades, deste e dos outros parques que serão construídos, está o factor da inclusão. “O balão, por exemplo, incentiva brincadeiras e imaginação, permitindo que as crianças despertem o sentido aventureiro e explorador. E nem a vertente inclusiva foi esquecida, uma vez que o avião influencia de forma positiva crianças com dificuldades de visão, permitindo experimentar texturas, ou mesmo crianças com dificuldades motoras que poderão ser posicionadas por um adulto na cabine, brincando inclusivamente com outros usuários e desempenhando um papel de liderança. As estruturas de rede impulsionam o desenvolvimento da coordenação entre membros e, nesse caso, por serem pequenas, são muito adequadas para usuários com dificuldades”, sublinha a Câmara de Vila Nova de Gaia.

O equipamento foi concebido de forma a facilitar a interacção entre tutores e crianças: “O baloiço é também um equipamento inclusivo, permitindo baloiçar de forma segura e divertida, podendo ser utilizado por pais e avós.”

Outro dos focos passa pela estimulação da imaginação, recorrendo à obra de Júlio Verne ou aos outros temas. “Ao longo do percurso, o utilizador é também convidado a desvendar enigmas que o levam a reconhecer a narrativa da história original”, lê-se no comunicado.

Próximos equipamentos

Há quase três anos, a autarquia tinha anunciado que os dois primeiros parques a serem inaugurados seriam os que têm por tema as histórias da Abelha Maia, no Candal, e do Pinóquio, no Jardim Soares dos Reis, em Mafamude. Porém, em resposta ao PÚBLICO, a câmara adianta que o concurso público para as duas infra-estruturas “ficou deserto”. Mas, de acordo com a mesma fonte, estes deverão ser os próximos equipamentos a terem as suas obras concluídas.

Além destes temas existirão outros noutras freguesias do concelho: Peter Pan, A Bela e o Monstro, Alice no País das Maravilhas, A Bela Adormecida, Os Descobrimentos, O Principezinho, Parque Musical, Rede Social e Os Quatro Elementos (Ar, Água, Terra e Fogo).

Todos os parques têm a mesma finalidade: estimular “a brincadeira e a interacção intergeracional no espaço exterior”; contribuírem para “uma melhoria da saúde e da qualidade de vida dos seus utilizadores”; satisfazerem “as necessidades de desenvolvimento e de recreio, tanto das crianças como das famílias”; promoverem “a coesão social das comunidades; ou enriquecer “habilidades cognitivas, motoras, físicas, sociais e espaciais”.

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