PCP insiste que comissão de inquérito à TAP se foque na gestão da empresa
O deputado comunista Bruno Dias considera urgente “mudar as práticas e políticas” de gestão da companhia e “acabar com o segredo e confidencialidade na gestão de empresas públicas”.
O deputado do PCP, Bruno Dias, falou esta terça-feira aos jornalistas sobre a comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, sublinhando que o partido tem feito um esforço para que a "CPI não perca o foco".
"Da parte do PCP, temos tentado contribuir para que a CPI não perca o foco. E temos procurado ao longo de todos os debates e audições, mesmo aquelas onde a TAP já parecia ser um tema esquecido. Procurámos sempre e continuaremos a fazer tudo para centrar a discussão no que diz respeito à TAP, à gestão da TAP e às suas consequências", disse Bruno Dias.
Não é a primeira vez que o PCP mostra descontentamento por, nas audições à gestão pela tutela da empresa, se discutirem assuntos "laterais", fugindo à questão da privatização da TAP e da falta de condições dos trabalhadores.
Bruno Dias considera urgente "mudar as práticas e políticas" de gestão da companhia e "acabar com o segredo e confidencialidade na gestão de empresas públicas, impondo uma total e verdadeira transparência". Os trabalhadores da companhia aérea têm sido atacados "até ao osso", disse, até porque "na TAP existem dois pesos e duas medidas: para os trabalhadores, cortes. Para os administradores, benesses".
Para o deputado comunista, na fase em que os trabalhos da comissão de inquérito estão actualmente, pode considerar-se que "há um conjunto de elementos e de factos que já se tornaram claros". Por esse motivo, as discussões e audições futuras "incindem agora num nível mais evidente de responsabilidade política", indicou Bruno Dias. E clarificou que se refere a "antigos e actuais governantes, que foram os principais responsáveis pelas opções que têm sido levadas a cabo".
Reconhecendo que "há sempre elementos que importa continuar a apurar", o deputado do PCP considera que "a responsabilidade política destes governos e governantes é o que deve ser confrontado" tendo em conta "os factos e realidades que já se tornaram evidentes" e públicas.