Greve dos tripulantes de cabine da EasyJet com 100% de adesão, diz sindicato
Tripulantes de cabine cumprem esta terça-feira o terceiro dia de uma greve de cinco dias, acusando a transportadora de “precarização e discriminação” face aos outros países.
A adesão ao terceiro dia de greve dos tripulantes de cabine da EasyJet era às 8h30 de 100%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos, segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Os tripulantes de cabine da EasyJet cumprem esta terça-feira o terceiro dia de uma greve prevista para fim de Maio e início de Junho, num total de cinco dias, acusando a transportadora de "precarização e discriminação" face aos outros países.
“Os cancelamentos são inegáveis: oito voos em Faro, 40 em Lisboa e 30 no Porto. É inegável e não compreendemos porque é que se a empresa entende que a adesão será grande não avança para uma proposta concreta. A proposta dos trabalhadores é fundamentada, é baseada na actual operação e importância da EasyJet em Portugal”, disse cerca das 8h30 à Lusa o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias.
A EasyJet remeteu para mais tarde dados da adesão à greve.
De acordo com o presidente do SNPVAC, a empresa assumiu que o impacto da greve seria de 100% e, por isso, cancelou voos antecipadamente, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos.
“Na verdade a nível das negociações continuamos num impasse. A empresa tem uma postura que nós não entendemos muito bem. Confrontados com o pré-aviso de greve, a empresa decidiu que não quer sentar-se à mesa connosco”, contou.
Ricardo Penarroias indicou que o sindicato e empresa só vão sentar-se à mesa das negociações quando acabar o período de greve.
“Lembro que é por iniciativa e responsabilidade da empresa, o sindicato nunca deixou de estar disponível para negociar”, disse, acrescentando que ainda não está agendada nenhuma reunião.
No dia 11 de Maio, em comunicado, SNPVAC disse que a EasyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas “trabalhadores menores" perpetuando a sua "precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países".
De acordo com o sindicato, "o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais, levaram o SNPVAC a apresentar um pré-aviso de greve" para os dias 26, 28 e 30 de Maio e 01 e 03 de Junho.
Nos dois dias de greve já cumpridos, o sindicato e a transportadora têm apresentado números muito diferentes, com a EasyJet a referir adesões de 55% e 70% e a estrutura sindical a apontar para 100%.
A paralisação abrange "todos os voos realizados pela EasyJet", bem como os "demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos", cujas "horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 0h01 e fim às 24h de cada um dos dias" mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.
Quando a paralisação foi marcada, a EasyJet disse ter ficado "extremamente desapontada" com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% "impraticável", e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.
Num comunicado no dia 19 de Maio, o SNPVAC garantiu que "a EasyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados".