Morreu Elísio Donas, teclista dos Ornatos Violeta, aos 48 anos
O músico actuou na Queima das Fitas do Porto no passado dia 6. Além de ter integrado a banda de Manel Cruz, trabalhou com vários artistas, como Sérgio Godinho, Jimmy P e Per7ume.
As cerimónias fúnebres do músico Elísio Donas, teclista dos Ornatos Violeta, que morreu no domingo aos 48 anos, estão marcadas para quarta-feira em Olhão, foi esta terça-feira anunciado.
Elísio Donas morreu no domingo em Olhão, distrito de Faro, aos 48 anos, na sequência de doença súbita, disse à agência Lusa na segunda-feira o agente da banda, Artur Figueiredo.
O velório do músico irá acontecer a partir das 9h00 de quarta-feira, na Igreja de Nossa Senhora de Soledade, em Olhão, segundo a agência Funerária Correia, em informação disponibilizada no seu site oficial e na rede social Facebook.
No mesmo local, pelas 15h00, irá acontecer uma cerimónia religiosa, seguindo depois o corpo para o Crematório de Faro, pelas 17h30. A família pede que quem comparecer no velório não leve flores.
O músico, que nasceu em Setembro de 1974, integrava a icónica formação do Porto, que conta ainda com Manel Cruz, Peixe, Nuno Prata e Kinörm. Participou nos discos Cão!, de 1997, e O Monstro Precisa de Amigos, de 1999.
Ao longo da sua carreira, trabalhou com Sérgio Godinho, Jimmy P e os Per7ume, entre outros artistas. Nos últimos tempos, criou um “colectivo artístico”, os Gato Morto, que contava com a participação de outros músicos, como Miguel Lestre, Inês Sousa e Vicente Palma.
“Este é um dia de uma tristeza imensa”, escreveu a banda na sua página de Facebook. “Vivemos intensamente um sonho lindo de amizade e brincadeira e construímos juntos um universo. O nosso pensamento está agora com a tua família. Obrigado querido Lau, estarás sempre vivo nos nossos corações”, pode ler-se.
O membro fundador dos Ornatos Violeta actuou com a banda na última Queima das Fitas do Porto. Ainda não são conhecidas as causas da morte do músico.
Em entrevista à agência Lusa em Outubro de 2020, Elísio Donas dizia que Gato Morto era um “projecto de vida”, um “colectivo artístico mais do que uma banda”.
“Achei que era um nome engraçado, com toda a carga emocional desse nome tão estranho e negro”, afirmou.
Apesar de ter recebido “uma reacção muito activa e muito forte” contra o nome por parte de algumas pessoas, manteve-o pela sua “razão muito forte de existir”, enquanto uma personagem que, “por erros de vida não intencionais”, perdeu as sete vidas, recebendo outras de um poder superior.
“Tem mais quatro ou cinco vidas, já perdeu duas ou três, porque não aprendeu a lição toda, mas luta para ser melhor. Já é melhor do que foi. É uma personagem à procura de melhorar diariamente”, resumiu.