A Greenpeace apresentou este sábado, em Paris, uma instalação artística que alerta para a poluição causada pelos plásticos e a sua relação com a utilização de combustíveis fósseis. A obra de cinco metros de altura, do activista e artista canadiano Benjamin Von Wong, foi colocada junto ao rio Sena, na capital francesa, coincidindo o encontro das Nações Unidas na cidade sobre a eliminação dos resíduos de plástico.
A obra, em forma de uma máquina que produz garrafas de plástico em frente a um poço de petróleo, serve para mostrar a ligação dos combustíveis fósseis à poluição por plásticos, que poderá triplicar nas próximas quatro décadas.
Dado que apenas cerca de 9% das 460 milhões de toneladas de plástico produzidos todos os anos são reciclados, o Comité Intergovernamental de Negociação sobre Poluição Plástica (INC-2), organizado pelas Nações Unidas, tem como objectivo um pacto juridicamente vinculativo para eliminar mais resíduos.
"Se não agirmos, em 2050 haverá mais plástico do que peixe nos oceanos", afirmou na semana passada, no Twitter, a ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna.
França organizou uma cerimónia de abertura das conversações este sábado. As discussões técnicas decorrerão de segunda a sexta-feira.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) afirmou no ano passado que os resíduos de plástico a nível mundial poderiam triplicar até 2060. No entanto, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) afirmou este mês que os países poderiam reduzi-los em 80% até 2040, utilizando as tecnologias existentes e efectuando alterações políticas importantes.
"Esperamos que esta máquina sirva como um lembrete visual inabalável da urgência desta questão", disse o artista Von Wong, citado pela Greenpeace.
Na sexta-feira, a capital francesa também foi palco de protestos de activistas do clima na assembleia geral anual da empresa petroquímica e energética TotalEnergies.