Seixal, o ingrediente que tem feito a diferença nos últimos títulos “encarnados”

António Silva, Gonçalo Ramos ou João Neves. Os “meninos” que se afirmaram na equipa de Roger Schmidt.

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António Silva LUSA/JOSE SENA GOULAO
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Há um ingrediente que tem estado sempre presente nas receitas que deram os últimos títulos de campeão nacional ao Benfica - em todos eles houve jogadores oriundos da formação benfiquista que, em determinado momento, foram cruciais para garantir a conquista do troféu. Senão, vejamos.

Na temporada de 2015/16, corria a 10.ª jornada e estava o Benfica no quarto lugar da tabela a sete pontos de distância do líder Sporting quando Rui Vitória decidiu apostar num médio que se vinha destacando na equipa B. Renato Sanches jogou os seus primeiros 90 minutos na equipa principal dos “encarnados” contra o Sp. Braga, na jornada 11 e… nunca mais saiu. O jovem médio, então com 18 anos, foi decisivo para a recuperação pontual dos benfiquistas e a conquista do título.

Mas não foi só ele. Logo no arranque desse campeonato, Gonçalo Guedes, 19 anos, foi uma aposta recorrente de Rui Vitória e influente no “onze” titular do técnico. Uma aposta que se foi desvanecendo à medida que a temporada foi avançando, mas que foi decisiva na época seguinte.

Naquele que seria o 36.ª título de campeão nacional das “águias” Gonçalo Guedes destacou-se. Ao ponto de a meio da temporada ter sido contratado pelo PSG por 30 milhões de euros.

No próximo título benfiquista, conquistado em 2018/19, voltou a haver influência da “academia”. Se Rúben Dias já tinha conquistado o seu espaço no eixo da defesa “encarnada” na temporada anterior, houve outros que se revelaram nesta época que começou com Rui Vitória como técnico e terminou com Bruno Lage a comandar a equipa.

E foi precisamente este último quem acreditou numa promessa do Seixal e com essa crença, transformou uma temporada que parecia se encaminhar para o falhanço no 37.º título de campeão nacional. João Félix entrou na equipa pela mão de Bruno Lage e revolucionou a forma de jogar dos “encarnados”. O resto é uma história de milhões.

Mas não foi apenas este jovem de 18 anos a brilhar na conquista do 37.º. Antes, um outro, já tinha merecido a confiança de Rui Vitória e continuou a merecer a de Bruno Lage ao longo da temporada - Gedson foi dos mais utilizados do plantel.

Quatro anos depois, a “academia” benfiquista volta a deixar a sua marca na conquista de mais um campeonato. António Silva, 19 anos, com 30 jogos na Liga portuguesa; Gonçalo Ramos, 21 anos, 30 jogos e 19 golos marcados – o segundo melhor marcador da competição; João Neves, 18 anos, 17 jogos na I Liga nacional. Três nomes que actuam em diferentes sectores da equipa de Roger Schmidt e que tiveram uma influência decisiva no 38.º título.

Se o defesa central tem surpreendido todos pelo seu grau de maturidade, o avançado teve um início de temporada fulgurante, mostrando a sua qualidade no número de golos que já assinou e que em muito contribuíram para que o Benfica seja o melhor ataque do campeonato. Por fim, João Neves. O médio foi o último a conseguir segurar um lugar no “onze” titular mas foi instrumental para a melhoria exibicional na equipa na parte final da temporada.

Exemplos que comprovam algumas das distinções que a formação benfiquista tem recebido nos anos mais recentes. Já esta época, o Observatório do Futebol (CIES) fez um ranking que estima o valor de transferência de jogadores que tenham jogado pelo menos três anos num determinado clube entre os 15 e os 21 anos em mais de 50 campeonatos diferentes. E os jovens formados no Benfica têm um valor estimado de venda de 670 milhões de euros – o mais elevado.

Já antes, no início da década, a plataforma Football Talent Scout, qualificou o Benfica Campus como a melhor academia de formação da década entre 2010 e 2020 – foi considerado um universo que contemplou jogadores nascidos em ou depois de 1990, entrados no clube até aos 17 anos, que tenham representado o mesmo durante três épocas antes de completarem 20 anos e que se tenham estreado no futebol profissional.

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