O Bergman de Paulo Ribeiro agora é voz a querer ouvir-se

Dançar o cineasta, desta vez em colectivo, na primeira criação para um novo elenco da sua companhia. Sem Um Nós Não Pode Haver Voz na Academia das Artes do Estoril, desta sexta a domingo.

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Sem Um Nós Não Pode Haver Voz, de Paulo Ribeiro DR
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Há nove anos, quando Paulo Ribeiro resolveu criar e dançar o solo Sem Um Tu Não Pode Haver Um Eu, estava a atravessar “um período bergmaniano”. Sentia-se numa travessia pela complexidade dos afectos, às voltas com a agrura e a aspereza dos momentos mais difíceis de gerir a nível emocional, a lidar com “coisas construídas que depois escamam e se desfazem”. E decidiu então dançar sozinho – dançar-se, espelhar-se por acção do movimento. Num gesto de assumida catarse pessoal, em que o universo cinematográfico do realizador sueco Ingmar Bergman ajudava tanto a enquadrar em termos artísticos aquilo que queria trabalhar quanto a proteger-se um pouco do grau de exposição em que se metera. Embora outras leituras pudessem ser retiradas do título, a frase era também uma citação de um livro autobiográfico do realizador.

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