Um homem filma A Morte de Uma Cidade: Lisboa
Num documentário transparente e contraditório que se constrói à nossa própria frente, João Rosas assume por inteiro a complexidade, ética e social, do que significa filmar o outro.
Estreado no âmbito do programa de exibição do festival Doclisboa no cinema Ideal, A Morte de Uma Cidade foi um dos grandes momentos da competição portuguesa daquele certame em 2022, apesar de ter ficado ausente do palmarés. Uma ausência que, até certo ponto, se compreende: o filme de João Rosas levanta questões perturbantes, mesmo em termos do que significa fazer cinema documental, que tocam pontos sensíveis formais e éticos. Premiar um objecto como este teria sido, contudo, um excelente ponto de partida para uma discussão alargada, e necessária, sobre a própria função de intervenção social que o cinema documental pode ter. Porque se há coisa que A Morte de Uma Cidade faz é questionar-se sobre isso mesmo.
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