Compra da Groundforce pela Menzies chegou à Autoridade da Concorrência
Operação de concentração deu entrada a 16 de Maio. Empresa ligada ao Koweit vai ficar com 50,1% do capital.
A entrada da Menzies no capital da SPdh/Groundforce, da qual vai ficar com a maioria do capital e gerir a empresa, está em fase de análise por parte da Autoridade da Concorrência (AdC).
A operação de concentração, de acordo com o regulador, deu entrada no dia 16 de Maio, segundo um anúncio desta entidade, e envolve a aquisição de 50,1% do capital por parte de uma subsidiária portuguesa (a Menzies Aviation - Portugal, uma sociedade unipessoal) e controlo da empresa de assistência em terra nos principais aeroportos portugueses.
O resto do capital é detido pela TAP, que é também o principal cliente da Groundforce (marca através da qual a SPdh opera no mercado).
Uma vez dado o necessário aval da AdC, a Groundforce estará mais perto da sua recuperação, depois de ter entrado em processo de insolvência após a pandemia de Covid-19.
A escolha da Menzies foi anunciada a 12 de Abril, ficando esta empresa britânica, que pertence ao do grupo Agility, do Koweit, encarregue da sua capitalização.
A Menzies foi comprada em Agosto do ano passado pela Agility por cerca de 866 milhões de euros, que a juntou à National Aviation Services. Este negócio, segundo foi então comunicado, deu origem à maior empresa de serviços de aviação do mundo em número de países (58) e a segunda em número de aeroportos (254). Ligada ao Estado do Kuwait, a Agility está cotada nas bolsas deste país e do Dubai.
Actualmente, a Groundforce é detida a 50,1% pela Pasogal, de Alfredo Casimiro e a 49,9% pela TAP SGPS. Estas posições de capital deverão ser diluídas no processo de pagamento a credores e de recuperação da empresa, surgindo depois a nova solução de recapitalização que envolve a Menzies e TAP, esta por via da conversão de créditos em capital.
Num comunicado emitido no final de Abril, a comissão de trabalhadores (CT) da Groundforce referiu que uma das vantagens anunciadas com a entrada da Menzies tem a ver com a capacidade de a empresa criar sinergias (está presente em 58 países e 254 aeroportos), além de ter provado ter a capacidade financeira necessária.
Nesse comunicado, a CT refere que a Groundforce conta com cerca de 3100 trabalhadores, dos quais 2431 “com vínculo contratual directo”, e que registou 139,8 milhões de euros de receitas em 2022 e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de 539,8 mil euros.
A CT afirmou ainda que o processo de recuperação da empresa, que implica a aprovação do plano de viabilização em assembleia de credores (por agendar), poderá implicar “propostas de alteração do acordo de empresa”. O comunicado refere ainda que “cerca de 30 milhões de euros deverão ser pagos aos credores” da Groundforce.