Vinho da Casa com tintos de excepção, os cozinhados de Dirk Niepoort e as histórias de Adriana Calcanhotto
Terceiro e último dia do Vinho da Casa, evento do PÚBLICO e da Out of Paper, terminou com música e a promessa de voltar em 2024.
Dirk Niepoort cozinhou com borras de vinho do Porto, Anselmo Mendes cantou e pôs todos a cantar com ele e, no final, Adriana Calcanhotto encantou, com as suas histórias e músicas. Foi assim, no domingo, o terceiro e último dia do Vinho da Casa, não é qualquer vinho, não é qualquer casa, evento organizado pelo PÚBLICO e pela Out of Paper na casa Indulgent, na Foz do Douro, no Porto.
Num final de tarde com sol, os vinte produtores que participaram no evento – um pequeno grupo seleccionado, porque se pretendia precisamente um ambiente intimista – deram a provar alguns dos seus vinhos mais especiais e raros, que escolheram para tornar estes três dias uma experiência ainda mais única e diferente. O jantar volante, esteve, como nos dois dias anteriores, a cargo do chef com estrela Michelin, Vasco Coelho Santos, do Euskalduna Studio, no Porto.
Antes da abertura das portas desta casa pela qual, entre salão e jardim, passando pelo quarto, os produtores se espalharam, instalados em cadeirões, à volta de uma banheira ou na borda da cama, houve uma masterclass com o master of wine britânico Peter Richards, que apresentou, na presença dos respectivos produtores, oito tintos excepcionais: Honoré 2015 da Quinta do Crasto; Dona Maria Grande Reserva 2015 de Júlio Bastos; Quinta da Manoella VV 2012 da Wine & Soul; Vale Meão da Quinta do Vale Meão 2011; Quinta do Ribeirinho 2005 de Luís Pato; Gloria Reynolds Art& Tradition 2002 de Reynolds Wine Growers; Tonel 3-4 de 2001 da Herdade do Mouchão; Reserva Especial 1992 da Casa Ferreirinha.
Aberto o período de degustação alargada, os visitantes puderam provar os vinhos dos 20 produtores e, ao fim das duas horas e meia, reuniram-se no jardim para assistir (e provar) à aula de cozinha que Dirk Niepoort deu, com uma carne guisada, que recebeu as borras de uma garrafa de vinho do Porto de 1984, e um arroz carolino Ronaldo.
Dirk, que queria cozinhar com calma e concentração, e que teve a ajuda do filho, Daniel Niepoort, conseguiu, habilmente, que as atenções se desviassem para o seu amigo, o produtor Anselmo Mendes, conhecido pelo trabalho desenvolvido com a casta Alvarinho, e que estivera aplicadamente a tomar nota, num pequeno caderno, das letras de músicas que ia cantar, para não esquecer nenhuma.
Depois de servida a carne com arroz, foi altura de ouvir Adriana Calcanhotto à conversa com Simone Duarte, a organizadora do evento – das aventuras com Rita Lee à relação com Coimbra e a sua universidade, passando pela ligação pessoal e familiar com Portugal, a música e compositora partilhou histórias e canções, encerrando com muitos aplausos um evento que promete voltar em 2024.