Prémios Sophia celebram o cinema português com Alma Viva

Alma Viva, de Cristèle Alves Meira, conquistou seis Prémios Sophia, entre os quais melhores filme, actriz, actriz secundária e argumento original.

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Alma Viva conquistou os prémios de melhores filme, actriz, actriz secundária, argumento original, fotografia e caracterização/efeitos especiais AFONSO CASTELLA
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“Viva o cinema português, viva o cinema português.” A exultação do produtor Paulo Trancoso, presidente da Academia Portuguesa de Cinema, começou por arrancar alguns aplausos, mas acabou a contagiar o público que, neste domingo, assistia à gala de entrega dos Prémios Sophia no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril. Ele próprio teve ainda a "surpresa" de ver ser-lhe entregue o prémio Sophia Carreira e, naquele que definiu como “o ano de todas as histórias”, entregou um Sophia Carreira também ao argumentista Carlos Saboga (de Jaime, 1999, O Milagre Segundo Salomé, 2004, Mistérios de Lisboa, 2010, As Linhas de Wellington, 2012), que também tem currículo na realização (Photo, 2012, A Uma Hora Incerta, 2015).

A festa do cinema em língua portuguesa rendeu-se a Alma Viva, de Cristèle Alves Meira. O filme, depois de ter integrado a Semana da Crítica do Festival de Cannes (e de ter sido a longa-metragem portuguesa candidata à nomeação aos Óscares), saiu do Casino do Estoril com seis prémios, entre os quais o de melhor filme, estatueta atribuída a Pedro Borges (Midas Filmes), ultrapassando Lobo e Cão (João Matos, Terratreme Filmes), Restos do Vento (Paulo Branco, Leopardo Filmes) e Nunca Nada Aconteceu (Luís Galvão Teles, Fado Filmes).

A primeira longa-metragem da luso-francesa Cristèle Alves Meira, que somava 13 nomeações, conquistou ainda mais cinco prémios: actriz, para Lua Michel (filha da realizadora); actriz secundária, para Ana Padrão; argumento original, para Cristèle Alves Meira e Laurent Lunetta; fotografia, para Rui Poças; e caracterização/efeitos especiais, para Filipe Pereira, Julien Michel, Júlio Alves e Olga José.

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A gala foi apresentada por Margarida Vila-Nova e Pedro Miguel Ribeiro AFONSO CASTELLA
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No “ano de todas as histórias” a Academia entregou um Sophia Carreira ao argumentista Carlos Saboga Afonso Castella
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Paulo Trancoso foi um dos homenageados da noite da Academia Portuguesa de Cinema Afonso Castella

Também candidato a melhor filme, Restos do Vento, que somava 11 indicações, não levou o prémio maior para casa, mas foi outro dos vencedores da noite ao conquistar as categorias de melhor realização (Tiago Guedes); actor (Albano Jerónimo); e actor secundário (Nuno Lopes). Também entre o lote de nomeados a melhor filme, Lobo e Cão, de Cláudia Varejão, recebeu o prémio pela melhor montagem (João Braz).

Fora dos quatro candidatos a melhor produção, Um Filme em Forma de Assim, de João Botelho, singrou com três vitórias: argumento adaptado (João Botelho e Maria Antónia Oliveira, a partir de Uma Coisa em Forma de Assim, de Alexandre O’Neill), som (Francisco Veloso e Paulo Abelho) e direcção de arte (Cláudia Lopes Costa). Já A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky, terminou a noite com dois prémios entre cinco nomeações: melhores guarda-roupa (Marjorie Gueller, Joana Porto e Patrícia Dória) e maquilhagem e cabelos (Rita Castro e Vanessa Duarte).

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O prémio de melhor actriz foi para Lua Michel, aqui com a mãe, a realizadora Cristèle Alves Meira, e o irmão mais novo AFONSO CASTELLA
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Pedro Miguel Ribeiro e Margarida Vila-Nova AFONSO CASTELLA

Ainda no capítulo da ficção, desta feita idealizada para o pequeno ecrã, os autores Edgar Medina e Rui Cardoso Martins e o realizador João Nuno Pinto receberam o Sophia de melhor série ou telefilme por Causa Própria, transmitida pela RTP.

O melhor documentário em longa-metragem foi para Cesária Évora, realizado por Ana Sofia Fonseca, enquanto o Sophia para melhor filme europeu, seleccionado por por um colégio de críticos e jornalistas de cinema, foi para O Acontecimento, de Audrey Diwan.

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Nuno Lopes (melhor actor secundário), Rui Cardoso Martins (melhor série ou telefilme), Tiago Guedes (melhor realização) e Albano Jerónimo (melhor actor) AFONSO CASTELLA

Na secção de curtas, a melhor de ficção foi By Flávio, de Pedro Cabeleira, enquanto o prémio de curta-metragem de documentário foi para Diogo Varela Silva por João Ayres, Pintor Independente.

Nas curtas de animação, e sem grande surpresa depois de ter sido o filme que levou pela primeira vez Portugal à fase final dos Óscares, a Academia premiou Ice Merchants, de João Gonzalez.

A música também não foi esquecida, com Mário Laginha a ser distinguido com o prémio de melhor banda sonora original por Campo de Sangue, e o Sophia de melhor canção original foi para Amar em segredo, com letra de Armando Teixeira e interpretação de Carmen Santos, do filme A Fada do Lar.


Artigo corrigido: por lapso, as produtoras dos filmes Restos do Vento e Nunca Nada Aconteceu estavam trocadas.

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