Marcelo abriu a porta a comentar audição de Galamba, mas fechou-a por falta de tempo

Presidente da República disponibilizou-se para falar aos jornalistas antes da reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional. Mas, por falta de tempo, já não o fará.

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Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Tiago Bernardo Lopes
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O Presidente da República mostrou-se disponível para falar com os jornalistas por volta das 14 horas desta sexta-feira, no Palácio de Belém, abrindo a porta a abordar o caso João Galamba. No entanto, passada cerca de uma hora e meia, fonte oficial de Belém confirmou ao PÚBLICO que afinal Marcelo Rebelo de Sousa já não irá prestar declarações.

Segundo a mesma fonte, o chefe de Estado não conseguirá chegar a Belém a tempo de falar antes do início da reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, que começa às 14h30. Ainda durante a tarde desta sexta-feira, está também previsto o encontro semanal com o primeiro-ministro, que habitualmente decorre à quinta-feira.

Não seria uma conferência de imprensa nem uma declaração ao país, e nem havia nenhum tema pré-definido, mas Marcelo Rebelo de Sousa tinha dado sinais de que responderia sobre o que lhe quisessem perguntar, sem fugir a comentários sobre as recentes audições do ministro das Infra-Estruturas, da sua chefe de gabinete e do ex-adjunto.

Durante um evento com militares, os jornalistas terão pedido ao Presidente da República para prestar breves declarações, altura em que ele informou que não tem o hábito de falar em cerimónias militares, mas poderia fazê-lo.

Na quinta-feira, ainda antes da audição de João Galamba na comissão parlamentar de inquérito à TAP, Marcelo Rebelo de Sousa deixara um comentário vago, à margem de um encontro com a selecção nacional de andebol em cadeira de rodas, que foi interpretado como uma referência ao actual momento político. Depois de prometer uma futura homenagem aos jogadores, pela sua escolha de vida que tem custos familiares e não só, o chefe de Estado acrescentou: “É uma ilusão achar-se que se pode ser importante sem pagar o preço, que se pode ter poder sem ter responsabilidade. Isso não existe. Também no vosso caso é assim.” Após esta declaração, o Presidente nada mais quis dizer aos jornalistas.

Embora o contexto nada tivesse que ver com o caso Galamba, o facto de o Presidente ter usado a palavra "responsabilidade" levou a que logo fosse recuperada uma outra intervenção em que a palavra já tinha sido usada por Marcelo. Na declaração que fez ao país no dia 4 de Maio, em directo nas televisões, o chefe de Estado disse que “responsabilidade é mais do que pedir desculpa (…), é pagar por aquilo que se faz ou se deixa de fazer”.

Uma das novidades reveladas na audição de sete horas no Parlamento foi sobre quem fez a sugestão para que o gabinete de João Galamba alertasse o SIS para o facto de o adjunto, já depois da exoneração, ter tentado levar para fora das instalações do ministério o computador de trabalho. O ministro explicou que terá sido o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, a sugeri-lo apesar de também ter reconhecido que a chefe de gabinete, Eugénia Correia, já tinha avançado com o contacto.

Ao longo desta sexta-feira são esperadas outras declarações sobre a actualidade política. Luís Montenegro, líder do PSD, falará aos jornalistas às 12h. A Iniciativa Liberal já fez uma declaração a desafiar o primeiro-ministro a ir ele próprio à comissão de inquérito à TAP dar explicações sobre a activação do SIS. Também o Chega avançou que quer explicações de António Costa e José Luís Carneiro no Parlamento.

Notícia actualizada com a informação de que afinal Marcelo não fala às 14h

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