O cão da arma que o actor Alec Baldwin estava a segurar quando disparou uma bala viva que matou a directora de fotografia do filme, Halyna Hutchins, pode ter sido modificado intencionalmente, disseram os promotores especiais do Novo México num processo judicial esta semana.
Os comentários surgiram um mês depois de os procuradores terem retirado uma acusação criminal contra Baldwin pela morte de Hutchins em 2021, citando novas provas. Uma fonte próxima ao caso na época disse que as evidências diziam respeito a modificações no revólver Colt .45 usado por Baldwin.
“A modificação parece estar relacionada com os entalhes na parte interna do cão”, peça responsável por criar energia para o impacto contra a espoleta do cartucho, para acender o propelente e disparar o projéctil. Nos documentos apresentados, nesta quarta-feira, os procuradores pediram a um juiz que autorizasse a transferência do revólver, munições e um casaco para testes forenses.
“Parece que os entalhes podem ter sido parcialmente removidos ou polidos de modo a ficarem menos proeminentes.”
Um teste do FBI à arma revelou que esta só disparava se o gatilho fosse premido. Baldwin disse que nunca premiu o gatilho.
Os procuradores disseram que eram necessários testes adicionais para verificar se o cão tinha sido modificado, a origem da modificação e o impacto que poderia ter no desempenho da arma de fogo.
As munições encontradas no cenário foram solicitadas para serem testadas quanto ao modo de montagem e à origem do fabrico, disseram os procuradores.
Os procuradores ainda não revelaram como é que as munições foram parar ao cenário da produção cinematográfica de baixo orçamento.
Hannah Gutierrez-Reed, responsável pelo manuseamento das armas de Rust, é a única pessoa que ainda enfrenta acusações pela morte de Hutchins.
Os procuradores também solicitaram ao Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé que transferisse o casaco de Gutierrez-Reed para eles, para que fossem efectuados testes de resíduos de pólvora.
Esta quinta-feira, os advogados da armeira apresentaram uma moção para arquivar o processo penal com base na falta de autoridade do Ministério Público e em violações dos direitos de Gutierrez-Reed a um processo justo.
No mês passado, os procuradores disseram que iriam continuar a acusar Gutierrez-Reed de homicídio involuntário. A audiência preliminar sobre esta acusação está marcada para a semana de 9 a 16 de Agosto.