Bolsonaro nega ter falsificado boletim de vacinas

Ex-Presidente foi interrogado pela Polícia Federal que investiga as suspeitas de emissão de um certificado de vacinação falso em seu nome.

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Jair Bolsonaro prestou declarações na polícia Reuters/ADRIANO MACHADO
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O ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, negou que tenha tido qualquer participação na falsificação dos dados que constam no seu boletim de vacinação e da sua filha mais nova.

Bolsonaro foi chamado a depor na terça-feira pela Polícia Federal no âmbito de uma investigação à alegada falsificação de dados relativos à vacinação contra a covid-19.

Ao longo de mais de três horas, Bolsonaro negou ter inserido os dados no sistema informático do Ministério da Saúde que davam conta da administração do imunizante. Também negou ter pedido ao seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, que o fizesse.

O ex-Presidente disse que se o tenente-coronel teve algum papel na falsificação dos registos, isso aconteceu à sua revelia e sem que tivesse “qualquer conhecimento ou orientação” da sua parte.

No início do mês, a Polícia Federal fez buscas na residência de Bolsonaro em Brasília, para além de ter detido vários elementos da sua antiga equipa de segurança, incluindo Mauro Cid. As autoridades acreditam que foi posto em curso um esquema para adulterar os registos de vacina de Bolsonaro e da filha mais nova, Laura, para que constasse a administração da vacina contra a covid-19.

Em declarações à imprensa no dia das buscas, Bolsonaro já tinha negado ter falsificado o boletim de vacinas ou de ter tido conhecimento de qualquer manipulação dos dados.

O objectivo da falsificação, segundo os investigadores, seria a criação de um certificado de vacinação para o ainda Presidente e outros elementos da sua comitiva para que pudessem viajar para os EUA, em Dezembro do ano passado. Bolsonaro viajou para a Florida no penúltimo dia de mandato e lá permaneceu durante mais de três meses.

No seu depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro voltou a garantir que não tomou qualquer vacina contra a covid-19.

Enquanto Presidente, Bolsonaro mostrou-se sempre céptico em relação à eficácia das vacinas contra a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2. O seu Governo foi acusado por uma comissão parlamentar de inquérito de ter atrasado encomendas para fazer chegar vacinas ao país no início de 2021.

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