A Sindicalista. Uma mulher contra os presidentes
Um filme estranho, porventura desequilibrado, mas capaz de inventar uma forma singular de falar das zonas de penumbra da política europeia contemporânea.
O filme de Jean-Paul Salomé baseia-se num pequeno (grande) escândalo político sucedido em França na década passada. A principal protagonista, a cargo de Isabelle Huppert, é a representante sindical dos trabalhadores da Areva, a empresa estatal francesa que fazia a gestão das centrais nucleares do país. Alertada por um denunciante, põe-se no encalço de uma série de negócios obscuros, atentatórios dos interesses da empresa e do próprio Estado francês, congeminados por directores da Areva com possíveis conivências ministeriais. Bateu contra várias paredes e cortinas de fumo, recebeu ameaças de proveniência nada clara, e tornou-se ela própria o centro do furacão quando foi vítima de violação e outras sevícias – cuja relação com o caso, como forma de a silenciar, passou os anos seguintes a tentar provar.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.