Núcleo de Lisboa da IL demite-se, mas assegura que não há tensões com o partido

A demissão foi apresentada na segunda-feira. Em causa está a “redução do número de membros” e a realização de trabalhos “num contexto de ruído e crítica constantes”.

Foto
Demissão foi "decisão interna tomada por comum acordo", segundo o núcleo liberal de Lisboa Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
--:--
--:--

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O grupo de coordenação local (GCL) de Lisboa da Iniciativa Liberal apresentou na noite de segunda-feira a sua demissão, argumentando que é “o momento” de devolver o poder aos membros da capital. Ao PÚBLICO, Maria Malhão, responsável pela comunicação do núcleo, assegura que não “houve tensões” com o partido e que se trata de uma “decisão interna tomada por comum acordo”.

“É este o momento de anunciarmos a nossa decisão de devolvermos o poder aos membros de Lisboa, que saberão escolher um novo Grupo de Coordenação para Lisboa”, lê-se na última frase do comunicado enviado aos membros da Iniciativa Liberal de Lisboa. Os liberais da capital dizem ainda que estão conscientes de que fizeram “globalmente, em conjunto, um trabalho meritório”, mas reconhecem que “a redução do número de membros para seis significa um desafio ainda mais acrescido para os actuais membros do GCL”.

Nos últimos tempos, o núcleo liderado por Nuno Moller Miranda (director financeiro da empresa que detém o jornal Observador) viu sair da sua composição seis dos 12 membros inicialmente eleitos, o que contribuiu para a decisão que veio a ser tomada. Contudo, esclarece Maria Malhão ao PÚBLICO, os membros saíram por “motivos vários, dispersos e pessoais”, tratando-se de “saídas espaçadas a partir do mês de Julho” do último ano. Entre os membros da equipa que restava encontrava-se Angélique da Teresa (vice-presidente do partido liderado por Rui Rocha).

Além disto, o grupo menciona ainda que o seu trabalho foi desenvolvido “num contexto de ruído e crítica constantes, apesar dos sucessos alcançados”. Questionado acerca da origem e motivos por detrás destas críticas, o GCL recusou responder.

A demissão do grupo liberal da capital acontece após a saída de Carla Castro, que concorreu contra Rui Rocha à liderança do partido, da vice-presidência da bancada parlamentar da IL, e ainda depois da saída de vários liberais do partido, por considerarem que este se está a aproximar cada vez mais da esquerda, somada à desfiliação de Paulo Carmona do próprio partido.

Contudo, Maria Malhão assegura ao PÚBLICO que “não houve tensões” com o partido e que em nada “está relacionado com a liderança”, actualmente assumida por Rui Rocha. “Foi uma decisão interna tomada por comum acordo”, conclui. Contactado pelo PÚBLICO, o gabinete de comunicação do partido recusou comentar.

Em Abril, um grupo de membros apresentou uma petição porque queria uma reunião plenária extraordinária, já que não se tinha realizado o último plenário por falta de quórum. Um dos objectivos, escreveu então o Observador, era avaliar as condições que o núcleo tinha para executar o plano anual. A petição acabou por não ter assinaturas suficientes. A demissão surge menos de 30 dias depois da petição mal sucedida.

Sugerir correcção
Comentar