Kate Winslet venceu o seu quarto prémio da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla original) e aproveitou o momento para voltar a alertar contra os efeitos nocivos das redes sociais nos mais jovens, já que o papel pelo qual foi distinguida é o de uma mãe que tem de lidar com a sua filha adolescente viciada nas redes sociais.

“[A minissérie] I Am Ruth foi feita para as famílias que se sentem reféns dos perigos do mundo online, para os pais que gostariam de poder comunicar com os seus filhos adolescentes, mas que já não conseguem”, descreveu Winslet, neste domingo, quando subiu ao palco do londrino Royal Festival Hall, onde a Academia distinguiu o que melhor se fez na televisão britânica no último ano.

No filme, do Channel 4, a descendente da personagem de Winslet é interpretada pela sua própria filha, Mia Threapleton, de 22 anos, da sua relação com o realizador Jim Threapleton: “Se eu pudesse partir este prémio ao meio, daria a outra metade à minha filha... Fizemos isto juntas, miúda”, elogiou Winslet.

Sobre os perigos online, a actriz deixou uma palavra de alento para quem se vê preso na rede, mas também um pedido para quem tem a responsabilidade de vigiar conteúdos: “Para os jovens que se tornaram viciados nas redes sociais e nas suas facetas mais obscuras: esta não tem de ser a vossa vida. Para as pessoas no poder e para as que podem fazer a mudança: por favor, criminalizem os conteúdos nocivos. Por favor, erradiquem os conteúdos nocivos. Nós não queremos isso. Queremos os nossos filhos de volta.”

Kate Winslet, de 47 anos, é conhecida por manter a sua vida privada longe dos olhares do público, tendo várias vezes comentado que não concorda com o fácil acesso que os mais novos têm ao mundo virtual.

Mãe de três filhos — além de Mia, tem ainda Joe Alfie, de 19, do segundo casamento com o realizador Sam Mendes, e Bear Blaze, de nove anos, do seu actual casamento com Edward Abel Smith —, Winslet conseguiu manter os filhos longe das redes, embora, numa entrevista de 2022, tenha confessado não ter nenhuma receita mágica: “Sou como qualquer outra mãe ou pai que tem de se desenrascar.”

Ainda assim, sublinhou, “é possível dizer: “Não, não podes ter um perfil. Não podes porque quero que desfrutes da vida. Quero que sejas uma criança, quero que olhes para as nuvens, não que tires fotografias delas e as coloques numa página do Instagram e depois decidas se vale a pena vê-las ou não porque alguém achou que eram uma porcaria.’”

Resumindo, Winslet avalia que os pais podem ter um papel mais activo no controlo dos seus filhos: “Não deixem os vossos filhos ter um telemóvel se são demasiado novos para saberem o que fazer com ele.”